Coronel PM Fernando Alencar Medeiros
Comandante-geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo
Estado de São Paulo
16 Dezembro 2021
Em 15 de dezembro de 1831, o presidente da Província de São Paulo, Brigadeiro Rafael Tobias de Aguiar, reunido com o Conselho da Presidência, assinou o documento que criou a Guarda Municipal Permanente, composta à época por 100 homens de infantaria e 30 de cavalaria: os 130 de 31. Começava assim a ser escrita a história de uma das maiores instituições militares da América Latina e da maior organização policial do país: a Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Ao longo desses quase dois séculos de existência, a PM paulista participou ativamente de diferentes momentos da história do Estado e do Brasil. Das lutas em defesa da liberdade ao apoio aos profissionais de saúde no enfrentamento às pandemias, a Polícia Militar sempre se fez presente, pois salvar vidas é o princípio que nos move. Hoje, somos mais de 82 mil homens e mulheres que diariamente vamos às ruas em todo o Estado para servir, proteger e garantir a paz aos mais de 46 milhões de brasileiros que moram e trabalham por aqui.
Além das ações rotineiras de patrulhamento e da participação nos programas e operações de prevenção ao crime, diariamente os policiais militares paulistas atendem, em média, a mais de 60 mil chamados feitos pelo telefone 190, em diversos tipos de ocorrência, de partos a casos de extrema violência e periculosidade. Em um ano, os policiais militares respondem a mais de 17 milhões de solicitações e pedidos de ajuda feitos pela população. Esses são dados praticamente incomparáveis e sem correspondência em outra instituição similar no mundo.
Na soma dos trabalhos efetuados por todas as equipes da Instituição, de janeiro de 2020 a novembro deste ano, a Polícia Militar efetuou mais de 235 mil prisões, apreendeu 416 toneladas de drogas, retirou 14,3 mil armas ilegais de circulação e recuperou 68,5 mil veículos roubados ou furtados. Os números nos oferecem uma dimensão do que representa a Polícia Militar para São Paulo e, consequentemente, para o Brasil. Também nos proporcionam uma ideia do tamanho e da complexidade da instituição que completa hoje 190 anos de serviços prestados e de conhecimento acumulado no combate ao crime.
Indiscutivelmente, a PM de São Paulo é um patrimônio dos paulistas e dos brasileiros, que se transformou e se modernizou ao longo do tempo acompanhando as mudanças no país e na sociedade. A PM chegou às primeiras décadas do século XXI altamente especializada, profissionalizada e reconhecida como referência na aplicação de inteligência e tecnologia na área de segurança. Com os investimentos feitos pelo governo do Estado nos últimos anos, como a aquisição de drones, viaturas blindadas e armas neuroincapacitantes, hoje contamos com os equipamentos mais modernos e seguros existentes, que nos possibilitam aprimorar tanto os procedimentos de proteção das pessoas quanto os mecanismos de fiscalização da atuação policial.
Os resultados dessa evolução são revelados, por exemplo, nos estudos de maior credibilidade no Brasil sobre segurança pública, como o Atlas da Violência. Todos apontam São Paulo como um estado seguro para se viver no país. São Paulo possui, entre outros indicadores, taxa de homicídios de 6,27 casos para cada 100 mil habitantes, dado compatível com o de países de maior qualidade de vida no mundo.
Em 20 anos, esse indicador caiu 81,1% no estado e passou a ser tratado como case mundial. Nesse período, o trabalho em conjunto das Polícias Militar, Civil e Técnico-Científica paulistas evitou que cerca de 183 mil vidas fossem perdidas, número maior do que a população de municípios como Itu, Bragança Paulista e Pindamonhangaba.
Em linha com as melhores práticas de polícia comunitária e segurança pública, o comando da PM deu início no primeiro semestre de 2020 a uma série de medidas de modernização, entre elas a criação da comissão de avaliação de ocorrências graves e o fortalecimento dos meios internos de investigação, além da aquisição de equipamentos modernos de baixa letalidade, treinamento continuado e o uso de câmeras corporais nos uniformes dos policiais. Tais ações resultaram em uma expressiva redução da letalidade policial no Estado ao longo dos últimos 15 meses.
Essas medidas revelam a disposição da instituição em garantir transparência às ações, proteger a população e os policiais, além de coibir e punir condutas inadequadas. Somadas aos investimentos feitos em tecnologia, em ferramentas de inteligência e na formação dos policiais, inclusive em cursos realizados fora do país, confirmam, ainda, os caminhos da PM de São Paulo nos próximos anos. A Polícia Militar paulista constrói o futuro todos os dias, aperfeiçoando seus procedimentos e constantemente incorporando inovações tecnológicas à sua estrutura, sem abrir mão de suas tradições e dos valores que lhe deram origem há quase dois séculos.