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MARCO ANTÔNIO MARTINS
DO RIO
Com apoio do PCC, o Comando Vermelho montou uma base em Itaboraí, na região metropolitana do Rio. De lá, distribui cocaína e crack para diferentes partes do Rio.
Em depoimento em setembro no Rio, o traficante Rodrigo Prudêncio Barbosa contou que a facção paulista fornece cocaína para a carioca.
Parte é enviada a um laboratório clandestino num sítio na favela da Reta, em Itaboraí –a 5 km do Comperj, o complexo petroquímico que está sendo construído pela Petrobras com investimento estimado em R$ 20 bilhões.
Lá, uma quantidade é preparada para ser vendida como pó; o restante vira pedras de crack. Ainda conforme o depoimento, a proprietária do sítio foi expulsa dali pelo CV.
Documentos da contabilidade do tráfico apreendidos registram a movimentação de R$ 1 milhão por mês nas bocas de fumo da favela da Reta, que tem 25 mil habitantes.
"A facção transformou aquele local em sua base. Abrigam fugitivos dos morros ocupados na capital e distribuem drogas", afirma o delegado Wellington Vieira, da Divisão de Homicídios.
O local pode ter sido escolhido por ficar longe do projeto das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), que já se instalou em 34 favelas no Rio, mas não tem previsão de ser implantado fora da capital.
Na favela, os traficantes montaram barreiras para dificultar o acesso. Armados, patrulham a área em motos.
Em julho, tentaram resgatar um de seus chefes, que está num presídio federal e era levado para depor na Justiça. Um agente penitenciário acabou morto por tiros de fuzil.
"A violência em Itaboraí cresceu bastante com as armas que chegaram na favela", disse o juiz Marcelo Villas, que atuou na cidade.