O número de pessoas que assistem no campo de vôo ao teste do pára-quedas é descomunalmente pequeno. Em vez de uma dezena de pára-quedistas, no avião embarcou uma única pessoa. Vladimir Nesterov, que já fez 13 mil saltos de pára-quedas, entre os quais quase 4 mil foram saltos de teste. Também desta vez a cúpula que está atrás dos seus ombros é o exemplar único do novo pára-quedas D-10P.
Normalmente o espaço de tempo que se passa entre o momento de decolagem e o momento de salto é igual a alguns minutos. Mas o avião com Nesterov a bordo decolou, fez uma virada e logo a seguir no céu surgiu uma cúpula. A altura do salto é tão somente 150 metros.
Mas o novo pára-quedas permite fazer saltos também de altura muito menor. Os testes efetuados com manequins, demonstraram que este pára-quedas permite saltar até à altura de 50 metros. Neste caso a descida continua menos de cinco segundos e se algo der errado, não haverá tempo para o uso do pára-quedas de reserva. Por isso, enquanto os testes não forem concluídos, os saltos serão efetuados a partir de uma altura maior.
Hoje no mundo não existem análogos deste pára-quedas. O mínimo que mesmo os sistemas mais modernos exigem é 150 metros. Para os chamados base jumpers (amadores dos esportes extremos que saltam de objetos imóveis), a altura de 50 metros é muito pequena. Aliás, o pára-quedas D-10P é destinado não para eles, mas para o exército e para as unidades de socorristas. Se o desembarque é feito da altura muito baixa, o inimigo simplesmente não terá tempo para reagir e abrir fogo. E quanto aos socorristas, eles podem pousar bem perto dos que necessitam da sua ajuda, independentemente das condições do tempo.
A estrutura deste pára-quedas não tem nada de complicado, revela o pára-quedista de provas Vladimir Nesterov.
“Antes de saltar, fixamos o gancho de segurança na corda, que se encontra dentro do avião. Quando o pára-quedista salta, o cabo se tende e abre a cúpula do pára-quedas.”
Anteriormente, durante o salto abria-se em primeiro lugar o pequeno pára-quedas de estabilização. Agora os engenheiros retiraram-no. Aparentemente tudo é simples, mas isso é só à primeira vista, pois sem esta peça o pára-quedista dificilmente pode tomar a posição correta e os cabos podem entrelaçar-se na cúpula. Por isso, os engenheiros russos desenvolveram um tipo totalmente diferente de arrumação do pára-quedas no saco.
Ao par do pára-quedas D-10P, foi desenvolvida uma outra modificação – o D-12, cuja cúpula tem a forma de folha de uma planta, diz Mikhail Kuzyuk, diretor geral da companhia Rostekhnologii (Tecnologias da Rússia), que desenvolve estes pára-quedas.
“O D-10 é calculado para um peso 140 quilogramas, isto é, para o peso máximo possível no caso do desembarque aéreo. O modelo D-12, para 160 quilogramas. A velocidade deste pára-quedas é menor. A velocidade do pára-quedas D-10 é 5 metros por segundo, enquanto que do D-12, 4,5 metros por segundo. Este pára-quedas permite fazer o voo planado horizontal, além disso, a virada pode ser feita muito mais rapidamente.”
Tudo isso foi alcançado graças à forma incomum da cúpula e novos materiais, de que ela é feita. De acordo com os planos, os testes dos novos pára-quedas serão concluídos dentro de dois anos. Depois disso eles serão fornecidos as forças armadas.