O grupo de hackers The Lulz Security (LulzSec) anunciou ontem que estava encerrando as atividades com um último vazamento de dados, que incluiu documentos das empresas AOL e da AT&T. O LulzSec, que ficou famoso por invadir os servidores da Sony, da CIA e de uma unidade da polícia britânica, entre outros alvos, informou, segundo a agência de notícias Reuters, que havia alcançado sua missão de violar, por diversão, sistemas de empresas e governos.
"Nossa viagem planejada de 50 dias terminou e nós precisamos agora navegar para longe, deixando para trás — nós esperamos — inspiração, medo, negação, felicidade, aprovação, desaprovação, zombaria, vergonha, consideração, ciúmes, ódio e até amor", disse o grupo, em nota. Na última quarta-feira, o braço brasileiro da organização, conhecido por LulzSecBrazil, começou uma série de ataques a sites ligados ao governo brasileiro. Páginas da Presidência da República, Receita Federal, Petrobras, Infraero e alguns ministérios ficaram fora do ar.
Conhecido pela irreverência e uma queda por metáforas navais, o grupo de hackers recorreu à sua conta no Twitter, onde tem mais de 277 mil seguidores, para divulgar a nota. A dissolução abrupta ocorre dias após o LulzSec ameaçar uma escalada ampla nos ataques e furtos de informações confidenciais de governos, bancos e empresas.
No início da noite de ontem, entretanto, o braço brasileiro do LulzSecBrazil anunciou uma semana turbulenta. "Estamos a navegar e navegar para mais uma grande operação", escreveu no Twitter um dos integrantes do grupo de hackers.
Rescaldo
Ontem foram registradas invasões a sites da Polícia Militar de Goiás, do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e de Mato Grosso. Na página da PM goiana, piratas virtuais colocaram fotos de mulheres e substituíram notícias.
O portal da prefeitura de Belém também foi atacado. Os hackers alteraram a página principal e incluíram mensagens como: "Desculpem o transtorno, mas esse site não é confiável"; "Mais um site hackeado"; "A onda de ataques vai continuar".
Várias notícias foram apagadas. No lugar de uma delas, os "invasores" escreveram: "Eu posso, você pode, venha conosco, bem-vindos ao nosso mundo, um mundo de dados, um mundo de vulnerabilidades…".
O portal foi retirado do ar e submetido à perícia por técnicos da Companhia de Informática de Belém, ligada à administração municipal. Os peritos constataram que a ação foi restrita e os invasores não tiveram acesso aos bancos de dados. Informações pessoais de políticos e cópias de processos também foram publicadas na rede.