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Governo prorroga permanência das Forças Armadas no Complexo do Alemão

DefesaNet

Celso Amorim acompanha troca de comando da Força de Pacificação no Alemão 15 Agosto 2011 Link


Nota Distribuída pelo MD

Rio de Janeiro, 24/10/2011 – A Força de Pacificação na Cidade do Rio de Janeiro já tem data certa para deixar o Complexo do Alemão: junho de 2012. O ministro da Defesa, Celso Amorim, e o governador do estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, assinaram acordo que prorroga a ação do governo federal e estabelece um cronograma de transição até a entrada em operação das oito unidades de polícia pacificadora que garantirão a segurança pública na área.

“Sabemos que o trabalho de pacificação de comunidades não está entre as tarefas primordiais das Forças Armadas, mas é algo que precisa ser realizado em apoio à segurança do estado”, comentou o ministro da Defesa. Ele reafirmou a contribuição fundamental da Força Terrestre à segurança nacional, dentro do principio de manutenção da lei e da ordem, e o caráter temporário da medida, em respeito às normas constitucionais.

Para o governador do Rio, esse é um momento histórico na vida da cidade. Ele destacou a “integração fantástica entre os governos federal e estadual” durante o processo de pacificação e relembrou que, em dezembro, a presença dos efetivos militares completará um ano. “A atuação do Exército no Complexo do Alemão é um caso único de sucesso em regimes democráticos”, ressaltou.

Redução da criminalidade

A Força de Pacificação é formada por um contingente de 2.285 homens e mulheres, constituído por militares do Exército Brasileiro, da Polícia Militar e da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Segundo registros policiais, a presença militar resultou numa ampla queda dos índices de criminalidade. O roubo de veículos teve queda de 78%, a taxa de homicídios caiu 86%, os assaltos a residências caíram 91% e os índices de assaltos a transeuntes apresentaram redução de 78%.

O ministro Celso Amorim reconheceu as dificuldades que serão enfrentadas e o alto grau de cooperação que será imposto às autoridades federais e estaduais. “Não há transição que seja fácil. Será necessário um trabalho forte e conjunto dos órgãos envolvidos”, afirmou.
Ele também destacou o papel social da presença do Exército, que promoveu ações cívico-culturais e esportivas, como no Dia da Criança e nas datas nacionais. Foram organizados torneios e visitas aos fortes históricos do Rio de Janeiro. “Esse tipo de iniciativa mostra aos jovens que existem perspectivas na vida que são de alegria e de felicidade, e não as ilusórias, criadas e oferecidas pelo mundo das drogas e do crime”, completou.

Cronograma

O governo do Rio de Janeiro irá instalar duas unidades de polícia pacificadora por mês, entre março e maio. O processo de transição terá início com a instalação da UPP Vila Cruzeiro. Em junho, sairá a última unidade do Exército, que será substituída pela UPP Fazendinha e por um batalhão da polícia militar fluminense. A última UPP, encarregada de proteger os morros do Adeus e Baiana, será instalada em agosto de 2012.

As Forças Armadas passaram a atuar, subsidiariamente, em operações de reforço à segurança pública no Rio de Janeiro após a intensificação de ataques em vários pontos da cidade e arrastões, em novembro de 2010. Em 25 de novembro, uma força-tarefa do Batalhão da Brigada de Infantaria de Paraquedista do Exército, apta na atuação em Garantia da Lei e da Ordem (GLO), se instalou no Complexo do Alemão a pedido do governo do estado. Poucos exércitos no mundo têm condições de fazer ocupações como essa.

No dia 28 de novembro, ocorreu a invasão do Complexo do Alemão pelas Forças de Segurança Pública do Rio de Janeiro e pela Polícia Federal. A diretriz ministerial n° 15 e a assinatura das regras de engajamento foram realizadas no dia 4 de dezembro. Em 23 do mesmo mês, foi assinado o “Acordo para o emprego da Força de Pacificação na cidade do Rio”, estabelecendo as condições de emprego da tropa federal.

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