O governador Luiz Fernando Pezão pediu que a Força Nacional de Segurança e o Exército fiquem de prontidão para auxiliar o Governo do Estado do RJ no caso de qualquer necessidade de reforço da segurança no território fluminense. A afirmação foi feita pelo governador durante uma entrevista à Rádio Gaúcha, na manhã desta quinta-feira (9).
No entanto, o governador ressaltou que, mesmo com benefícios atrasados, não acredita em uma possível paralisação de PMs nos moldes do que acontece no Espírito Santo.
“Não está na Constituição e não é permitido. É um erro. Ontem eu recebi todo o comando da Polícia Militar e já coloquei para o ministro Raul Jungmann e o ex-ministro da justiça, Alexandre, que ainda estava no cargo, que coloque a Força Nacional de Segurança e o Exército de prontidão”, contou Pezão.
Há seis dias, uma greve da Polícia Militar no estado do Espírito Santo tem provocado uma onda de violência na região metropolitana do estado. Familiares de PMs pedem reajuste salarial e protestam impedindo a saída dos militares dos batalhões. Até a manhã desta quinta, o sindicato dos policiais já tinha registrado 101 mortes violentas.
Segundo o secretário de segurança do estado, André Garcia, mais 110 homens chegam até o fim da manhã para reforçar o efetivo da Força Nacional que atua no ES. O reforço das Forças Armadas deve chegar na parte da tarde. Atualmente, há 200 membros da Força Nacional e mil do Exército patrulhando as ruas.
Pezão defendeu tempo maior de contribuição
Em relação à crise nas finanças do RJ, o governador destacou ainda que os servidores param de trabalhar cada vez mais cedo. Ele acredita que os profissionais públicos do estado deveriam se aposentar mais tarde. Segundo ele, 66% do funcionalismo do RJ se aposenta com menos de 60 anos de idade. Ele afirmou ainda que muitos profissionais chegam a se aposentar ainda na casa dos 40 anos.
“Eu sei que professores e policiais têm um trabalho difícil, mas eu acho que eles têm que permanecer uns 5 ou 7 anos a mais contribuindo. A gente tem mais inativo do que ativo. O nosso déficit da previdência pública é de R$ 12 bilhões”, explicou o governador, ressaltando que a conta não fecha e ainda defendendo o aumento da idade média de aposentadoria para 60 ou 65 anos.
Sobre o uso de ações da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) como moeda de troca para conseguir a liberação de verbas do poder federal para conseguir dinheiro para pagar os servidores, Pezão afirmou que o assunto está encaminhado na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
“Hoje começa o processo de colocar as ações da Cedae como garantia desses empréstimos que estamos tentando obter para colocar os salários em dia e ter uma perspectiva de melhorarmos a nossa economia”, explicou o governador.