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Fuzileiros Navais em sincronia

Mais de 5,7 milhões de pessoas são afetadas por desastres naturais no hemisfério ocidental a cada ano. Dentro da região que engloba Caribe, América Central e América do Sul, estima-se que, aproximadamente, três quartos da população vivem em áreas sob risco de ameaça à saúde pública e um terço vive em áreas altamente expostas a perigos como terremotos e deslizamentos de terra.

Acrescente-se a essas ameaças o impacto que cada país na região também enfrenta com o narcotráfico. Tais perigos requerem a assistência dos corpos de Fuzileiros Navais, o que, algumas vezes, envolve o trabalho conjunto das forças de vários países.

A integração de múltiplas unidades de corpos de Fuzileiros Navais para enfrentar esses diversos desafios não pode ocorrer pela primeira vez após um desastre ou em meio de uma busca a alguma organização do narcotráfico. É por isso que corpos de Fuzileiros Navais da região, em todos os escalões, têm reuniões periódicas para colaborarem no compartilhamento de informações e treinamento.

Líderes dos Fuzileiros Navais se encontram

Os Fuzileiros Navais têm uma longa história no trabalho e treinamento em grupo para mitigar efeitos de desastres naturais e da ameaça do narcotráfico na região. Desde 2001, líderes do alto escalão dos Fuzileiros Navais têm se reunido a cada dois anos na Conferência dos Líderes dos Fuzileiros Navais das Américas (MLAC, por sua sigla em inglês), um fórum para construir parcerias, onde os comandantes discutem questões regionais de comum interesse. Durante a última MLAC, realizada entre 29 de agosto e 2 setembro de 2011, em Lima, no Peru, Fuzileiros Navais discutiram técnicas e lições aprendidas durante operações de paz, ajuda humanitária e operações de ajuda para desastres.

Líderes dos Fuzileiros Navais da Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, República Dominicana, Equador, El Salvador, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Uruguai e Estados Unidos participaram da MLAC 2011. Os líderes concordam que esse tipo de colaboração é fundamental para a cooperação em matéria de segurança.

O Almirante Héctor Julio Pachon Cañón, comandante do Corpo de Fuzileiros Navais da Colômbia, disse à Diálogo, durante as conferências da MLAC, que “estratégias combinadas e conjuntas são concebidas e integradas para combater o crime transnacional que afeta todo o hemisfério”. O Almirante-de-Esquadra James Amos, comandante do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, disse à Diálogo que “sozinho, nenhum de nós tem todas as respostas para estes complexos desafios, mas juntos, podemos combinar nossas experiências individuais para o benefício mútuo de todos.”

A MLAC 2011 também abordou temas como ameaças comuns à segurança, tal como o narcotráfico na região, o qual se estende além das fronteiras dos países produtores para toda a área, tomando a forma de violência e de economias paralelas que prejudicam o crescimento econômico. “Todos nós concordamos que o narcotráfico é simplesmente uma ameaça que não respeita fronteiras”, falou o Almirante Luis Ramos Vargas. “Isto [o narcotráfico] não se limita ao Peru, Colômbia e Bolívia; todos os países da região acabam se tornando países de trânsito, locais onde as drogas são escondidas para depois serem transportadas para Europa, Estados Unidos e Ásia.”
 

Embora os corpos de Fuzileiros Navais da região possuam diferentes missões, as qualidades inerentes às unidades dos Fuzileiros Navais são de grande auxílio para a garantia da segurança e o aumento da força das autoridades antidrogas na região. “Os corpos de Fuzileiros Navais são unidades bem flexíveis para que suas capacidades possam ser rapidamente empregadas, e isso pode ser uma ferramenta muito útil para os Estados”, disse o Capitão-Tenente Gerardo Priguetti, comandante dos Fuzileiros Navais do Uruguai.

No caso da Colômbia, ao trabalharem ao lado de outros componentes da Marinha Nacional, [unidades de Fuzileiros Navais] mostram resultados tangíveis, tais como a interdição de grandes quantidades de compostos líquidos e produtos químicos utilizados na produção da cocaína; como também o confisco de várias toneladas de cloridrato de cocaína prontas para serem importadas por outros países”, falou o Alte Pachon Cañón.

“Isso [a conferência] nos permite ver, abrir nossas mentes para a realidade de outros corpos de Fuzileiros Navais”, disse o CT Gerardo Priguetti. “Essas reuniões nos permitem ajudar e a ter diferentes pontos de vista sobre problemas em comum.”

De um posto para outro

Fuzileiros Navais de toda a América Latina e Caribe estão indo além, ao realizarem também reuniões entre líderes militares do alto escalão para consolidar esforços contra tais ameaças de segurança. Militares do alto escalão dos corpos de Fuzileiros Navais, representando Chile, Colômbia, República Dominicana, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru e Uruguai reuniram-se pela primeira vez entre 4 e 7 de abril de 2011, durante a Conferência dos Líderes Oficiais do Alto Escalão dos Fuzileiros Navais das Américas (SEMLAC, por sua sigla em inglês) na base militar do Círculo dos Suboficiais, em Bogotá, na Colômbia.

A SEMLAC está para se tornar um evento bianual, a ser realizado em vários locais de toda a América Latina, para que sejam construídas fortes parcerias no trabalho direcionado à segurança regional. O evento foi co-organizado pelos corpos de Fuzileiros Navais da Colômbia e dos EUA para fornecer um fórum de discussão sobre cooperação na segurança regional e treinamento contra ameaças na região para líderes oficiais do alto escalão.

As reuniões entre líderes dos corpos de Fuzileiros Navais têm fornecido inúmeros benefícios às colaborações militares. O intercâmbio profissional entre forças de infantaria naval tem crescido na região, programas de treinamento dos Fuzileiros Navais têm melhorado como resultado das lições aprendidas em grupo e a Missão das Nações Unidas para a estabilização no Haiti (MINUSTAH) tem recebido melhor suporte das infantarias navais.

Fontes: www.marina.mil.pe, Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, Organização Pan-Americana da Saúde / Organização Mundial da Saúde, Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários

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