O governo francês ofereceu ajuda ao Brasil para reduzir "ao máximo" os riscos de ataques terroristas durante a Olimpíada de 2016. Em visita ao país, o ministro francês do Exterior, Laurent Fabius, afirmou que coloca à disposição todos os serviços de inteligência da França.
"O que aconteceu em Paris infelizmente poderia ter acontecido em outros países, porque o terrorismo está organizado internacionalmente", disse Fabius, em coletiva de imprensa em Brasília neste domingo (22/11). "Eu disse a Dilma Rousseff que estamos à sua disposição."
O ministro francês está no Brasil para tratar da 21ª Conferência do Clima da ONU (COP 21), que reunirá em Paris representantes de 195 países, de 30 de novembro a 11 de dezembro.
Na manhã deste domingo, Fabius se reuniu com a presidente Dilma e os ministros do Exterior, Mauro Vieira, e do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. A questão da segurança foi mencionada na conversa, segundo o próprio francês. Para Vieira, a ajuda é bem recebida.
"O ministro ofereceu uma possibilidade de troca de informações e experiências do governo francês sobre o caso. E, para o Brasil, a colaboração é sempre muito bem-vinda", afirmou o ministro brasileiro do Exterior.
Com os ataques de 13 de Novembro em Paris "ainda muito bem na memória", Fabius afirmou que o Brasil precisa discutir o tema da segurança com apenas alguns meses faltando para o início de um "evento tão importante" como os Jogos Olímpicos.
"Temos de nos preocupar de forma séria com o que pode acontecer, e acredito que o necessário será feito. Vamos trocar todas as informações que temos sobre grupos terroristas para ajudar o Brasil", disse o ministro.
Conferência do Clima
Apesar dos atos terroristas em Paris, a COP 21 será mantida. "Foi uma decisão indispensável, porque não podíamos ceder frente ao terrorismo", afirmou Fabius.
Segundo o ministro, a segurança de todos os chefes de Estado e delegações durante o evento está garantida. O governo francês, porém, proibiu manifestações, alegando dificuldade em assegurar a segurança de todos os civis em ambiente externo.
O principal objetivo da conferência é preparar um novo acordo entre os países para diminuir os efeitos do aquecimento global. A intenção é limitar o aumento da temperatura em 2 graus Celsius até 2100. Segundo Teixeira, o Brasil compromete-se com a redução – algo considerado ambicioso pelo ministro francês.