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COPA – Sedes terão sua versão do ‘Big Brother’.

Paulo Favero – O Estado de S. Paulo

Com capacidade para monitorar qualquer incidente na cidade em tempo real, os Centros Integrados de Comando e Controle (CICC) estarão instalados nas 12 sedes que receberão jogos da Copa do Mundo. Em uma sala com um telão de 51 metros quadrados serão exibidas imagens de vários locais – como aeroportos, estações de trem e ruas próximas do estádio, por exemplo. As cenas serão acompanhadas por profissionais e, caso haja necessidade de qualquer atendimento, em no máximo oito minutos os recursos serão mobilizados.

Para criar os 14 centros – Brasília e Rio possuem dois –, o Ministério da Justiça está investindo R$ 244 milhões em sistemas e solução de tecnologia. A licitação foi vencida pelo Consórcio Brasil Seguro, formado pelas empresas Agora Telecom, Comtex, Módulo e Unisys.
 

"O CICC transforma o modelo de operação da segurança pública. Hoje existem centros de segurança que são operados pela Polícia Militar. Os novos centros terão a presença da Polícia Federal, Rodoviária, Civil, Militar, CET, Samu e, para os eventos, terão assentos as forças armadas e concessionárias de serviços públicos, portos e aeroportos", explica Roberval França, diretor-geral do Consórcio Brasil Seguro.

Os centros trazem um conceito de operação baseado em colaboração, inter-operabilidade e gestão compartilhada. "O modelo atual faz com que sejam acionados outros centros de operação, com uma ligação para 190, depois 193, depois concessionária da rodovia, depois Samu, e eles chegam com tempos de resposta diferentes. O CICC ajuda a ter uma resposta de maneira quase instantânea", diz França, lembrando que as agências passam a cooperar de maneira conjunta. Nos centros existe ainda a gestão compartilhada dos recursos e também e possibilidade de integração dos vários sistemas de dados.

VIGILÂNCIA TOTAL

Logo que chegarem ao Brasil, as seleções serão monitoradas 24 horas. Algumas câmeras, inclusive, ficarão nos hotéis das delegações para que qualquer distúrbio seja logo detectado. O CICC ficará em um prédio e de lá partirão as decisões para tomada de ação. Haverá ainda integração de rede de rádios e de dados, e muitos terão tablets para dispositivos móveis. Em uma sala ficarão os analistas de inteligência, para tentar prever qualquer acontecimento, e os 14 centros serão articulados através de videoconferência.

O plano estratégico de segurança para a Copa do Mundo define ações para as várias hipóteses que possam ocorrer, como ações terroristas, acidentes casuais ou manifestações populares. Para cada tipo de ocorrência haverá uma "liderança situacional" que ditará os rumos da ação. Ou seja, se for um problema com black blocs na cidade, quem lidera é a Polícia Militar. Se for algum incidente no aeroporto, é a Polícia Federal que toma as rédeas. E isso tudo com a possibilidade de acionar e pedir ajuda para as outras instituições presentes. Dentro dos estádios, a segurança será apenas particular, feita por vigilantes.

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