O jogo entre Brasil e Japão, no próximo sábado, terá um mega-esquema de segurança em torno do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha e também em vários pontos de grande circulação de pessoas, como o Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, as estações do metrô e vários pontos turísticos. Ao todo, mais de 5 mil homens da Polícia Militar do Distrito Federal, das polícias Civil e Militar, das Forças Armadas e da Polícia Rodoviária Federal atuarão nas ruas e, principalmente, nos arredores da arena. A força-tarefa contará ainda com agentes do Departamento de Trânsito (Detran), da Agefis e das secretarias de Saúde e da Ordem Pública.
Além do perímetro com um raio de três quilômetros a partir do estádio, receberão forte esquema de policiamento as rotas por onde passarão as seleções. O time brasileiro está hospedado no Brasília Palace Hotel, próximo ao Palácio do Alvorado. O elenco japonês está no hotel Kubitschek Plaza, no Setor Hoteleiro Norte (SHN). As vias compreendidas nesse perímetros serão interditadas nas primeiras horas do dia e receberão pontos de verificação. Pessoas poderão circular livremente por essas áreas isoladas, mas só será permitida a entrada de carros previamente credenciados.
Já do lado de dentro do estádio, a segurança será feita por agentes privados contratados pela Fifa e treinados pela Polícia Federal. A Polícia Militar só será acionada se, por exemplo, houver algum tumulto ou distúrbio dentro da arena esportiva. Próximo ao estádio, funcionarão um tribunal do torcedor, uma delegacia e uma guarda da infância. O Ministério da Defesa será responsável pelo controle do espaço aéreo de Brasília. Serão criadas três zonas de exclusão, onde o tráfego de aeronaves será restrito.
Esses espaços serão fechados uma hora antes do início do jogo, sendo liberados apenas quatro horas após o apito final. As três zonas serão definidas por cores: branca, com uma área de 100km; amarela, com 13km, e vermelha, com 7,4km. Apenas aeronaves autorizadas poderão circular nesses locais, incluindo aviões e helicópteros de transporte de autoridades, aviões militares e aeronaves comerciais que estejam em voos regulares. No solo, haverá ainda baterias anti-aéreas e sistemas com medidas de combate a eventuais ataques terroristas. Caças Mirage estarão a postos na Base Aérea de Anápolis (GO) e poderão ser acionados para abordar e até abater qualquer aeronave que invada os espaços restritos.
No Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) de Brasília, será concentrado a supervisão, coordenação e comando de todas as operações referentes à segurança do evento esportivo. O CICC terá representantes da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (Sesge), PF, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional, Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Forças Armadas e Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.
Operação Ágata
Em todo o país, há dois centros nacionais integrados e 12 regionais, incluindo o de Brasília. Haverá ainda 27 bases móveis, todas interligadas aos CICCs para permitir a troca de informações em tempo real. Das 27 unidades móveis, duas ficarão em Brasília, em área próxima ao Estádio Nacional. Desde antes dos jogos da Copa das Confederações, as Forças Armadas também realizam a Operação Ágata 7. Cerca de 25 mil homens do Exército, da Marinha e da Aeronáutica atuam no patrulhamento das fronteiras do país, num total de 16.886 km. Caças Super Tucano patrulham o espaço aéreo e estão aptos a interceptar aviões suspeitos. Drones, como são chamadas as aeronaves não-tripuladas, farão a vigilância aérea. Os militares usam armas letais e não-letais e poderão exercer o papel de polícia.
Onde ter cuidado
Apesar de todo o reforço no policiamento, alguns locais devem ser evitados pelos turistas em determinados horários. O Setor Comercial Sul (SCS), por exemplo, fica ao lado de um dos maiores shopping centers do Plano Piloto. O centro de compras é situado próximo a hotéis e por isso deve receber muitos torcedores. Na saída do estabelecimento comercial, os visitantes devem evitar passar pelas quadras do SCS durante a noite. A região abriga uma das maiores cracolândias do DF. Brigas entre viciados em crack, furtos e roubos a pedestres são constantes. Também em função da presença de usuários de crack, durante a noite a Rua das Farmácias, na Asa Sul, deve ser evitada.
Outro cuidado que os turistas devem ter é com objetos pessoais. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, nos primeiros quatro meses do ano, 132 roubos diversos foram registrados somente na região central. Estrangeiros e brasileiros de outras unidades da Federação hospedados em Brasília terão de tomar precauções a fim de reduzir a possibilidade de se tornarem vítimas de sequestros relâmpagos.
No primeiro quadrimestre, 226 pessoas em todo o DF acabaram rendidas por bandidos enquanto saíam de casa, de agências bancárias, de lojas, de faculdades, entre outros locais. As asas Sul e Norte são os bairros preferidos das quadrilhas especializadas. Durante a Copa das Confederações, a recomendação é que turistas que pretendem alugar veículos optem por estacionar em lugares movimentados e iluminados ou então em estacionamentos pagos. A maioria dos ladrões que praticam roubo com restrição de liberdade têm a intenção de levar apenas o carro da vítima, mas mantêm o motorista sob ameaça para que a polícia não seja avisada. (Saulo Araújo)
4 mil PMs e 40 câmeras
O secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, garantiu que os turistas poderão circular com tranquilidade por todas as regiões da capital federal. “Teremos 4 mil homens na área central e 40 câmeras de monitoramento espalhadas pelo Setor Hoteleiro, pelo Conic, pela Esplanada, pela Rodoviária e por outros pontos onde há grande circulação”, afirmou.
Avelar também tranquilizou os moradores de outras cidades preocupados com a possível redução no policiamento nessas áreas durante o evento esportivo. “Temos a cota de serviço voluntário na PM e conseguiremos dar atenção à região em torno do estádio sem desguarnecer as demais regiões administrativas”, garantiu.