Os recursos visando a segurança do País durante a Copa do Mundo chegaram a R$ 1,9 bilhão, além dos investimentos na preparação de 150 mil agentes das Forças Armadas e de segurança pública. Os números foram confirmados pelo consultor de segurança da Fifa, Andre Pruis. Segundo Andre, os valores são muito maiores dos que os da última edição do evento, na África do Sul, em 2010.
“Teremos três vezes mais estrutura e pessoal envolvidos na segurança da Copa do Mundo do Brasil do que na África do Sul. O governo brasileiro fez um investimento alto. Fico feliz por não estarmos onde estávamos quatro anos atrás. O trabalho é muito satisfatório”, afirmou Pruis.
Antes da Copa do Mundo, houve um investimento não apenas na construção de centros integrados de comando e controle, inteligência e das Forças Armadas, como também na compra de equipamentos e treinamento de agentes. O legado no setor de segurança para o País tem relação direta com este investimento. De acordo com o consultor da Fifa, a criminalidade deve cair no Brasil. “Tivemos uma queda na criminalidade da África do Sul nos meses seguintes à Copa do Mundo de 2010. Isso mostra que os investimentos para o Mundial são, na verdade, de segurança para a população”, disse Pruis.
Integração de forças
Segundo Andrei Rodrigues, chefe da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça (Sesge), outro grande legado da Copa do Mundo é a integração entre as três forças de segurança – Forças Armadas, Inteligência e segurança pública dos estados. “Isso tem que ser muito considerado. Temos a capacidade de trabalhar de forma conjunta em três frentes.”
O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, General José Carlos De Nardi, acrescentou que este trabalho já possibilitou, por exemplo, operações recentes de policiamento dos mais de 17 mil quilômetros de fronteira do Brasil. Os militares apreenderam, na operação Agatha, cerca de 36 toneladas de maconha e 21 toneladas de explosivos com a atuação de 30 mil agentes.
Centro de Comando e Controle Nacional
O Centro Integrado de Comando e Controle Nacional – CICCN, em Brasília (DF) faz parte do Sistema Integrado de Comando e Controle, concebido pela Sesge. “O CICCN é o centro de nível estratégico que coordena e acompanha a Operação de Segurança durante a Copa do Mundo 2014, promovendo articulação e integração das atividades, mantendo atualizadas e disponíveis as informações estratégicas para o alto escalão do governo federal”, destacou o diretor de Operações da Sesge/MJ, Cristiano Barbosa Sampaio.
Entre as iniciativas está o Centro Integrado de Comando e Controle Móvel e a Plataforma de Observação Elevada, que são caminhões adaptados e equipados com sistemas de comunicações, vídeo monitoramento, que compõem o sistema de segurança para gestão de eventos.
Com o uso desses equipamentos, os profissionais serão capazes de monitorar e dar suporte a toda operação de segurança dos jogos nas Arenas, Fan Fests, hotéis e deslocamentos de delegações, além de atuarem em ocorrências não programadas que possam afetar as áreas de interesse operacional.
O Ministério da Defesa é um dos órgãos federais membro do CICCN, junto com a Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Agência Brasileira de Inteligência, Ministério dos Esportes entre outras instituições responsáveis pelas ações de segurança pública, defesa social, defesa civil, saúde, esporte, inteligência, defesa nacional.
Investimento para megaeventos no Rio de Janeiro chega R$ 316 milhões
O estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro (RJ), sede de sete jogos na Copa de 2014, entre eles a final, no dia 13 de julho, recebe um esquema de segurança que conta com equipamentos modernos. Para o primeiro jogo, que aconteceu no último domingo (15), a ação conjunta integrada envolveu agentes das Polícias Civil, Federal e Militar, Guarda Municipal, Polícia Rodoviária Federal e Força Nacional de Segurança Pública.
Segundo o governo do Rio de Janeiro, investimentos conjuntos da Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça (Sesge/MJ) e a Secretaria de Segurança Pública do Rio de Janeiro alcançam cerca de R$ 316 milhões para os grandes eventos, como a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos em 2016.
O Rio de Janeiro foi a cidade que mais recebeu recursos do Ministério da Justiça, em torno de R$ 108 milhões. Entre os aparatos adquiridos pelo governo federal e o governo do Rio de Janeiro estão o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), imageadores aéreos, plataforma de observação elevada, dois helicópteros – um para a Polícia Civil e outro para a Polícia Militar – rádios comunicação, coletes balísticos, veículos especiais e equipamentos de proteção individual (EPI) utilizados pelo Batalhão de Choque e pelo Batalhão de Grandes Eventos.
Desde o dia 23 de maio, a sede abriga a Operação Integrada de Segurança no Rio para a Copa do Mundo. O prédio de quatro pavimentos reúne os serviços de teleatendimentos da Polícia Militar, do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), do Corpo de Bombeiros e da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Preparação para segurança na Copa
As finais dos campeonatos regionais, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro, serviram para testar segurança, transporte, competição, voluntários, iluminação, som e limpeza durante uma série de exercícios preparatórios nos estádios da Copa do Mundo 2014. Jogos pelas finais de campeonatos regionais, Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro serviram para testar os preparativos para o evento.
Uma nova profissão
Devido à Copa do Mundo, também foi criada uma nova profissão no ramo da segurança pública. Para atuar dentro dos estádios, agora há os chamados agentes de segurança para grandes eventos.
Segundo o gerente geral de segurança do Comitê Organizador Local (COL) do Mundial, Hilário Medeiros, 20 mil agentes passaram por treinamentos de 50 horas. “Agora qualquer evento com mais de 3 mil pessoas no País precisa ter estes agentes especializados e altamente capacitados. Este também é um grande legado da Copa.”