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Assembleia de estudantes decide manter ocupada reitoria da USP

Poucas horas depois de a Justiça determinar a desocupação e a reintegração de posse do edifício do Complexo da Reitoria da Universidade de São Paulo (USP), uma assembleia de estudantes decidiu manter a ocupação no local, que se estende desde a terça-feira em protesto à presença da Polícia Militar no campus.

Diretora do Sindicato de Trabalhadores da USP (Sintusp), que apoia o movimento, Diana Assunção disse ao Terra que a decisão foi aclamada por mais de 600 alunos da instituição. Apesar de a postura ir contra a determinação judicial, Diana afirma que a disposição dos estudantes é de abertura ao diálogo. Entre as reivindicações dos alunos está o fim do convênio firmado pela USP com a Polícia Militar e a retirada de processos contra estudantes e trabalhadores.

"Não se trata de um movimento elitista. Representamos, aqui, a causa da população pobre reprimida pela PM", afirmou a diretora do Sintusp, acrescentando que a corporação militar está entre as polícias mais violentas do mundo.

Os alunos já haviam ocupado o prédio da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas na quinta-feira passada, depois de policiais militares apreenderem maconha e tentarem levar detidos os usuários da droga. Em assembleia, foi aprovada a desocupação do edifício, mas manifestantes encapuzados e insatisfeitos com o resultado da votação ocuparam a reitoria.

A decisão da juíza Simone Gomes Rodrigues Casoretti, da 9ª Vara da Fazenda Pública Central, determina que a desocupação do prédio se dê dentro do prazo de 24 horas, sem violência e com a participação de um representante dos ocupantes e outro da universidade, "para a melhor solução possível, observando a boa convivência acadêmica, em um clima de paz", informou o Tribunal de Justiça de São Paulo.

Ultrapassado o prazo, prossegue a decisão. "Sem a desocupação, autorizo, como medida extrema, contando com o bom senso das partes e o empenho na melhoria das condições de vida no campus, o uso da força policial", decidiu Casoretti.

Em entrevista à rádio Jovem Pan, o reitor João Grandino Rodas afirmou estar ", como sempre, aberto à conversa". O pedido de reintegração de posse à Justiça teria sido efetuado por "obrigação", e não como um gesto de enfrentamento. Para a diretora do Sintusp, a postura pode facilitar as negociações. Ela lamenta o que considera ser uma campanha da imprensa contra o movimento, mas comemora a adesão de professores e de alunos de outras instituições à causa. "O movimento vem se fortalecendo, com o apoio de professores, como o sociólogo Francisco de Oliveira e Luiz Renato Martins, da Escola de Comunicações e Artes. Os estudantes da Unicamp, que estão em greve, votaram pelo apoio à ocupação", salientou.

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