As autoridades paraguaias capturaram dez supostos narcotraficantes do complexo de favelas do Alemão, no Rio de Janeiro, que fugiram para o país vizinho após a ocupação policial dessas favelas em 2010, informou em 21 de maio o jornal O Globo.
Pelo menos cinco dos delinquentes pertencem à quadrilha transnacional Comando Vermelho, a maior organização criminosa do Brasil, que se dedica principalmente ao tráfico internacional de drogas e armas.
Os criminosos foram detidos na localidade de Amambay, na fronteira, uma região conhecida pela produção de maconha e que está sempre em disputa por quadrilhas brasileiras e paraguaias, na tentativa de controlar o mercado de drogas e armas.
A polícia apreendeu sofisticados armamentos compostos por fuzis de guerra, pistolas automáticas, escopetas e munições, explicou o jornal.
“Temos apenas os nomes dos presos e o equipamento apreendido”, disse o comissário Jorge Santos Figueiredo, da Polícia Federal do estado de Mato Grosso do Sul.
A operação começou há seis meses, realizando um minucioso trabalho de inteligência do qual participaram efetivos da Secretaria Antidrogas e do Exército paraguaio, que trabalharam em conjunto com a Polícia Federal brasileira, informou O Globo.
A ocupação do Complexo do Alemão foi feita em 28 de novembro de 2010, com mais de 2.600 membros da polícia e do Exército apoiados por blindados e helicópteros, que recuperaram para o Estado esse bastião do narcotráfico.
Essa operação foi realizada após vários dias de confrontos, que deixaram 37 mortos.
O Rio de Janeiro enfrenta desde 2008 uma corrida contra o tempo para “pacificar” os bairros pobres da cidade controlados por narcotraficantes e milícias paramilitares, antes da Copa do Mundo 2014 e dos Jogos Olímpicos 2016.
Em junho, a cidade receberá ainda a Copa das Confederações de futebol e, um mês depois, a visita do papa Francisco.
Nas favelas ocupadas foram instaladas Unidades de Polícia Pacificadora (UPP), com militares treinados para solucionar os problemas das comunidades reconquistadas.
Cerca de 8 mil policiais comunitários foram designados às UPPs em 179 comunidades de baixa renda, segundo estatísticas da polícia, que pretende ainda instalar outras 40 estações semelhantes até 2014.