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Após tiroteio, segurança é reforçada no Alemão na madrugada

O policiamento foi reforçado na madrugada desta quarta-feira (7) no Conjunto de Favelas do Alemão, na Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Na noite de terça-feira (6), um tiroteio voltou a assustar moradores da comunidade dez meses após ocupação. Segundo a Força de Pacificação, os tiros foram disparados por traficantes "para inquietar as forças de segurança". Nesta manhã, não há registro de novos confrontos.

Até esta manhã não foi divulgado nenhum balanço oficial de feridos na ação, mas pelo menos três homens foram detidos sob suspeita de desacato e uma pessoa ficou ferida com estilhaços na cabeça. Além disso, moradores relataram que uma menina de 15 anos morreu, após ser atingida por bala perdida, mas as autoridades não confirmam essa informação.

Ainda nesta manhã, o Exército recolheu cinco bombas caseiras na Rua Nova, próximo a um dos principais acessos do Alemão. Os artefatos teriam sido jogados pelos traficantes para atingir militares na noite de terça. Algumas bombas estavam detonadas e outras não.
 

Segurança reforçada

Além dos soldados, policiais militares patrulharam os principais acessos à comunidade. Na Estrada do Itararé – que chegou a ser interditada por volta das 21h de terça-feira por medida de segurança – carros e pedestres foram revistados. Os militares também fizeram ronda no interior da favela com o auxílio de dois blindados, três caminhonetes e duas motocicletas.

De acordo com a Força de Pacificação, 100 fuzileiros navais foram convocados para reforçar o efetivo de segurança no Alemão. Dos 12 blindados do Exército que vão permanecer no local, seis iam participar do tradicional desfile da Independência do Brasil, na quarta-feira (7), mas foram desviados para aumentar a segurança nas comunidades.

Já o comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio de Brito Duarte, afirmou que cerca de 50 policiais militares do 16º BPM (Olaria) e do 22º BPM (Maré) atuam no reforço da segurança. O Batalhão de Campanha também continua em auxílio ao trabalho da Força de Pacificação, que é comandada pelo Exército brasileiro.

Madrugada sem conflitos

Segundo os militares, a madrugada foi de aparente tranquilidade. No entanto alguns moradores que voltavam para suas casas passavam pelas ruas às pressas e com medo de um novo confronto. Foi o caso do motorista de ônibus Natanael Duarte, de 56 anos, que soube do tiroteio pelo rádio.

“Eu fiquei mais preocupado com a minha esposa e com minha filha, que eu tinha deixado em casa. Eu sou a favor dos soldados no Alemão, mas tenho medo, ainda não me sinto seguro aqui. É triste isto estar acontecendo”, disse Natanel.

Dois detidos

No fim da madrugada, dois homens foram detidos por desacato durante uma abordagem na Estrada do Itararé, em frente à Rua Nova. A dupla passava de carro pela via com outras três pessoas, quando foram parados pelos soldados do Exército. Houve confusão e bate boca, e os militares chegaram a usar spray de pimenta. Ninguém ficou ferido.

"A gente estava vindo de uma festa, nem moramos aqui na comunidade, moramos perto do 16ª BPM (Olaria). O meu marido ia abrir a porta, mas eles (soldados) nem esperaram. A gente vê essa situação pela televisão e fica com medo. Isso não é jeito de tratar um morador, uma pessoa honesta, trabalhadora", disse Daniele Cristina, esposa de um dos detidos.

Ocupação em duas favelas

O comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio de Brito Duarte, determinou a ocupação, por tempo indeterminado, dos morros Adeus e Baiana, que ficam próximos ao Alemão. A informação foi divulgada pela assessoria de imprensa da corporação.

Segundo o comandante, a medida "acontece em razão de não ter tropas federais nos locais, e serem ambos locais com comandamento – ou seja, visão de cima para baixo – portanto, facilitadores de agressão (tiro, arremesso de objetos etc) contra as tropas que patrulham a Avenida Itararé".

Ruas fechadas

Um trecho das ruas Itararé e Itaoca, que ficam no entorno das comunidades, foi fechado pelas tropas do Exército. Por cerca de três horas, apenas moradores foram liberados a passar pelo local. Eles se organizaram em fila para entrar com segurança na favela. Poucos antes da meia-noite, o Exército liberou as vias ao tráfego de veículos.

Mais cedo, um outro homem chegou a ser detido por desacato a militares. Segundo os militares, o suspeito tentou furar o bloqueio montado pela tropa. Ele foi solto após prestar esclarecimentos.

Por volta das 21h, balas traçantes cruzaram o céu do Alemão. De acordo com moradores da região, o Exército pediu para que todos permaneçam em casa. Muitas pessoas procuraram abrigos em ruas próximas e houve correria. Moradores relataram pessoas feridas dentro da favela.

Feridos

Uma pessoa ficou ferida com estilhaços na cabeça e foi levada para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, também na Zona Norte. Moradores relataram que uma menina de 15 anos morreu, após ser atingida na nuca por uma bala perdida. No entanto, a informação não foi confirmada pelas autoridades.

Segundo moradores, o tiroteio começou por volta das 19h30 e partiu da Rua Joaquim de Queiroz, localizada na Grota, do Alemão.

No domingo (4), houve uma confusão entre moradores e militares da Força de Pacificação da comunidade. O tumulto terminou com três pessoas detidas e uma mulher ferida por bala de borracha.

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