A Trend Micro – líder global em cibersegurança – em linha com seu comprometimento em tornar a Internet um lugar mais seguro para os jovens, divulga um estudo profundo sobre o universo dos jovens na Internet, analisando duas modalidades específicas: os chamados “desafios suicidas” (jogos criminosos que trazem desafios danosos para os usuários, além de roubo de dados sensíveis e indução a automutilação e suicídio) e também sobre os aplicativos “grim mood” (apps que possuem uma atmosfera sombria e depressiva, em geral com jogabilidade simples e gráficos de baixa qualidade) que não são considerados ilegais e estão disponíveis para download em diversas lojas de aplicativos.
O levantamento global – que contou com seis meses de pesquisa e imersão nesse universo – foi liderado pelo brasileiro Fernando Mercês, pesquisador sênior de ameaças da Trend Micro.
Em seus estudos, o pesquisador contemplou os jogos e apps mais populares dessas categorias e buscou revelar o modus operandi dos operadores e alguns dos sinais que as vítimas – quando envolvidas com esses games questionáveis – deixam transparecer.
“Nossa maior intenção com esse levantamento era buscar entender se havia sofisticação técnica suficiente que indicasse envolvimento de hackers nesses jogos – sejam eles os desafios suicidas ou os jogos que conseguimos fazer download facilmente – e também compreender que iscas e que mensagens eles transmitiam a ponto de torna-los tão apelativos e nocivos”, afirma Fernando Mercês.
“Concluímos que não há sofisticação técnica, mas usa-se muito de engenharia social para impactar possíveis jogadores. Além disso, a principal mensagem trabalhada por esses jogos – suicidas ou sombrios – é a de que: ‘ninguém gosta de você, você é um peso e o mundo seria melhor sem você’’, completa o pesquisador.
Os desafios suicidas
Destacados na mídia como os desafios “Blue Whale” (Baleia Azul) e “Red Owl”(Coruja Vermelha), esses desafios mortais fizeram uma série de vítimas principalmente na Rússia, na Ucrânia e na China.
O Blue Whale, consiste em um “desafio” de 50 dias nos quais a os participantes devem cumprir determinadas tarefas e, no 50º dia, cometer suicídio.
O estudo aponta que dentre os artifícios utilizados para manipular os participantes, constam: o artifício de manter sempre as vítimas “para baixo”, apresentar a morte como forma de libertação e até insinuar que a morte dos participantes seria “um favor à sociedade”.
O criador do “Blue Whale”, Philip Budeikin, foi preso na Rússia em 2016. Já o “Red Owl” consiste em “desafiar” o participante a ficar 12 dias online e acordado, além de também cumprir uma série de tarefas.
É ainda mais letal do que o Blue Whale, já que (supostamente) utiliza a geolocalização do IP da vítima para obter dados pessoais e utilizá-los em ameaças contra os participantes e seus parentes próximos.
“Os operadores desses desafios não costumam ser hackers, mas pessoas que identificam sinais de problemas pessoais que os jovens deixam nas redes sociais e, por meio dessa engenharia social, tomam proveito disso para ‘recrutá-los’ a participar desses desafios questionáveis”, explica Mercês.
Em julho de 2018 um novo desafio chamado “Momo” surgiu. A polícia argentina confirmou que uma menina de 12 anos se enforcou com uma corda amarrada em uma árvore no jardim da casa onde morava, em Ingeniero Maschwitz, a 48 km de Buenos Aires.
A suspeita é que a menina tenha sido incitada ao suicídio e que haja envolvimento com o desafio “Momo” que, similarmente ao Baleia Azul, consiste em tarefas enviadas via YouTube ou WhatsApp utilizando um perfil com uma foto de uma escultura de “mulher-pássaro”, onde a última é compelida a tirar a própria vida.
Os jogos macabros
Os chamados aplicativos “grim mood” (de humor sombrio), diferentemente dos suicide challenges, não têm desafios ou induzem os participantes ao suicídio, mas são aplicativos de jogos simples, em geral com gráficos de baixa qualidade, que trazem personagens e mensagens sombrias, além de objetivos questionáveis.
Um fator que potencializa o risco desses aplicativos é que eles estão disponíveis para serem baixados por milhares de pessoas em centenas de países ao redor do mundo, de graça.
Nessa categoria, destacam-se o Undertale (jogo no qual os personagens começam com uma aparência inofensiva, mas mudam para uma forma ameaçadora e proferem mensagens como “o amor é algo inalcançável”) e o Can You Escape Love (jogo que conta com desafios impróprios para várias idades, como enforcar um urso de pelúcia em uma sala com as paredes manchadas de sangue).
“A despeito de não serem tão nocivos quanto os desafios suicidas, fica claro que as mensagens passadas por esses aplicativos são impróprias para algumas faixas etárias. É possível verificar, inclusive nos reviews, alguns pais revoltados com esses aplicativos, sobretudo citando mudanças de comportamento dos filhos”, revela o pesquisador.
Atenção aos sinais
Apesar das ferramentas de “parental control” disponíveis no mercado, a melhor maneira de evitar os danos causados por esses jogos questionáveis é manter uma atenção constante ao comportamento dos membros familiares mais jovens e o que o pesquisador chamou de “proximidade mental”.
Medidas simples, como filtrar os conteúdos disponíveis e limitar o tempo que os filhos passam na Internet, são eficazes e, em certo ponto, mais efetivas do que o simples uso de ferramentas de controle cibernético, no entanto, a compreensão e proximidade sobre como as crianças e adolescentes se relacionam com a vida é essencial.
Veja abaixo algumas dicas:
Regras de filtro da Internet
Escolha quais sites seus filhos não poderão acessar por categoria – o que pode ser feio por meio do antivírus Maximum Security, da Trend Micro. É possível escolher primeiro filtrar por faixa etária, usando os padrões, mas há a opção de personalizar, marcando ou desmarcando as caixas relevantes que descrevem várias categorias e subcategorias;
Limites de tempo
Selecione por quanto tempo e por quantas horas você quer que seu filho tenha acesso à internet e a programas específicos. Os pais podem selecionar horários diferentes para dias da semana e fins de semana (função também disponível no Maximum Security);
Escolha quais programas serão controlados
Adicione programas à lista de controle para que possa restringir ou bloquear (como Facebook, Google Chrome, etc.), e defina um horário no qual quer que sejam bloqueados;
Teste o impacto das regras na navegação ou o uso de programas proibidos
Verifique como o Controle Parental da Trend Micro Security restringe o uso da internet do seu filho nas categorias tempo, conteúdo e tipo de programa e teste os recursos antes de deixar seu filho usar a conta.
Compreenda e faça junto
É importante que os filhos não se vejam como “pesos” para a família. Suas atividades precisam ser compreendidas e acompanhadas. Reprovação e proibição demasiadas podem gerar uma distância mental e um sentimento de rejeição que facilitam a atração a jogos e desafios questionáveis.
Além dos estudos e das contramedidas de “parental control”, a Trend Micro também tem um blog especialmente idealizado para a questão da cibersegurança familiar, o ISKF (Internet Safety for Kids & Families), que reúne notícias sobre as últimas soluções e ameaças, além de tutoriais para os pais.