Marli Lange
Sobre a possibilidade de Mato Grosso do Sul ser um dos alvos do terrorismo de grupos ligados ao Estado Islâmico e outras facções jihadistas, com objetivo de introduzir armas ao Brasil, visando as Olimpíadas, do Rio de Janeiro, conforme foi publicado na edição de ontem do jornal Estadão, o secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), José Carlos Barbosa (Barbosinha), revelou que "boatos despertam a necessidade de se ter reforços para atuar de forma permanente na região de fronteira".
Em entrevista ao site Campo Grande News, ontem, questionando o reforço na segurança nas fronteiras do Estado, em função de "possíveis ameaças", ele amenizou afirmando que as fronteiras no Estado estão protegidas. "Já temos atuações nessas áreas das policiais federais, grupos de fronteiras e barreiras móveis", disse.
A única forma de evitar a entrada de terrorista, segundo ele, é intensificando a fiscalização. "Se tentarem entrar no Brasil, não será de forma legal, pedindo visto. Será clandestinamente, usando documento falso, é um assunto que estamos discutindo, porque ainda temos uma fronteira seca de 500 km", disse. Além disso, "a fronteira com Mato Grosso do Sul não é a única preocupação, pois o Brasil faz fronteira com dez países e em outros dez estados brasileiros".
Só Mato Grosso do Sul faz fronteira com o Paraguai numa área de 1.131 quilômetros e com a Bolívia em 386 quilômetros, alvos fáceis para as atividades ilícitas, como o narcotráfico, contrabando, veículos roubados e entrada de armas ilegalmente que poderão facilitar a ação dos terroristas.
Barbosinha lembrou que a segurança no Rio de Janeiro para as Olimpíadas que começam em 5 de agosto, vai contar com 80 mil homens. Mato Grosso do Sul está colaborando com a segurança do evento e para isso foram enviados 425 agentes, entre militares das Forças Armadas, policiais e bombeiros.
O Exército Brasileiro também reforça a segurança na fronteira. A última operação Ágata foi realizada no mês passado. Cerca de 3 mil militares estão atuando nos municípios de fronteira, com auxílio da Marinha e Forças Armadas.
Mensagem
De acordo com o Jornal Estadão, a informação de que a fronteira poderia ser um dos meios de entrada de terroristas no Brasil, teria sido recebida por mensagens do aplicativo Telegram, conforme revelou análise do Site Intelligence Group, consultoria especializada na atuação de grupos extremistas na internet, que é referência no tema até para o governo dos EUA.
O autor das mensagens teria orientado os seguidores do Estado Islâmico "a se aproveitarem das favelas do Rio de Janeiro, onde a criminalidade é disseminada e usarem a "porosa fronteira", com o Paraguai, para levar armas ao Brasil.