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Violência em 67 cidades supera níveis do Iraque

BRUNO PAES MANSO
 

Pelo menos 67 municípios brasileiros médios e grandes, com população acima de 10 mil pessoas, registraram proporcionalmente mais homicídios entre 2008 e 2010 do que os registrados nos conflitos do Iraque.

Entre 2004 e 2007, depois da queda de Saddam Hussein, a insurgência iraquiana levou o país a registrar taxas médias de 64,9 homicídios por 100 mil habitantes, que provocaram 76.266 mortes em quatro anos e transformaram o conflito no mais violento do mundo no período.

No Brasil, a cidade baiana de Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador, registrou taxa de 146,4 assassinatos por 100 mil habitantes, mais de duas vezes acima da insurgência iraquiana. Um terço dessas 67 cidades tem mais de 100 mil habitantes e só uma fica em São Paulo.

Os dados são do Mapa da Violência 2012 – Os novos padrões da violência homicida no Brasil, feito pelo Instituto Sangari. "Apesar de não registrar conflitos étnicos, religiosos ou políticos, a violência homicida no Brasil é uma das maiores do mundo", afirma Julio Jacobo Waiselfisz, coordenador da pesquisa.

1,091 milhão de mortes. O levantamento fez um amplo balanço das três últimas décadas de homicídios no Brasil, com base nos dados do Subsistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde. Entre 1980 e 2010, o Brasil registrou 1,091 milhão de homicídios. A casa do milhão de assassinatos já havia sido ultrapassada em 2008, considerando as mortes desde de 1979, o primeiro ano da divulgação dos dados.

Nas últimas três décadas, houve mudanças importantes no perfil das cidades que lideraram o ranking de violência. Entre os sete primeiros colocados no rankings de Estados até o ano 2000, seis registraram quedas nas taxas de homicídios e despencaram posições na última década. São Paulo é o Estado com a maior queda de 2000 a 2010. Caiu 67% no período e passou da 4.ª posição para a 25.ª. O Rio, que ficava em 2.º lugar, foi para a 17.º.

No lado de baixo da tabela, a situação é oposta. Estados que no ano 2000 eram considerados tranquilos tiveram escalada de homicídios. A Bahia, onde a taxa de homicídios cresceu 303% e alcançou 37,7 homicídios por 100 mil habitantes em 2010, foi a unidade da federação com maior aumento no período. Passou da 23.ª posição para a 7.ª.

O crescimento da taxa de assassinatos no Pará foi de 252% no período e a de Alagoas alcançou 160%, o que levou o Estado subir da 11.ª colocação para a primeira posição no ranking.

Os municípios com população entre 10 e 100 mil registraram os maiores aumentos porcentuais de homicídios. As maiores quedas foram em cidades com mais de 500 mil habitantes.

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