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Um novo Caça e uma Nova Base Industrial?

Nota DefesaNet,

Recomendamos a leitura do artigo: F-X2: Entre a Concorrência e a Linha de Voo, o Contrato Link

O editor
 

 Nelson During
Editor-chefe DefesaNet

 
O que estava decidido desde longa data e sem qualquer contestação, aceito por todos os participantes, teve surpreendentes desdobramentos desde 18 de Dezembro de 2013.
 
O caça a ser escolhido, poderia ser o Mirage BR, Gripen C/D ou Sukhoi Su35, no Programa F-X1, encerrado em 2005, ou o Gripen NG, Rafale ou F/A-18 E/F Super Hornet, no F-X2.

Qualquer escolha em ou outro Programa a contratista principal seria a gigante aeroespacial brasileira, de São José dos Campos, a EMBRAER. O anúncio presidencial de 18 de Dezembro, com a indicação de que o vencedor foi o sueco Gripen NG da empresa sueca SAAB, nos seus momentos seguintes descortinou uma nova realidade.

A preferencial e “imexível” EMBRAER, estava e permanece em um processo interno de reorganização da área de defesa. Além disso, em paralelo aos planos governamentais, tinha feito sua própria escolha de parceria com a Boeing, e o objetivo era tê-la, não só como parceira no F-X2 como em outros projetos de aviação comercial.

Assim a “desmotivada” EMBRAER Defesa e Segurança não mostrou entusiasmo pela decisão do governo. Além de estar atritada com a própria Força Aérea Brasileira pelo andamento errático de vários programas, exemplo o A-1M.

O que em outras épocas teria mobilizado uma leva de bombeiros enviados pela Força Aérea Brasileira, agora encontra outros players interessados em avivar este fogo.

A Odebrecht Defesa e Tecnologia foca em expandir a sua participação na área de defesa. Além da atual MECTRON, já presente no Programa F-X2, com o fornecimento de sistemas de armas (mísseis) e Guerra Eletrônica.

Sua arma é o seu inegável “Caixa”, que lhe dá um fôlego financeiro apreciável e o gerenciamento em curso seguro do Programa de Obtenção de Submarinos (PROSUB), da Marinha, além da própria MECTRON.

A própria SAAB também é outro player interessado em avançar sua participação no Brasil. Projetada para ser inicialmente o “Belo Antonio”, que forneceria tecnologia e conhecimento e  remunerada por isto, prevê uma participação industrial mais ampla no Brasil.
 
Assim a futura São Bernardo Tecnologias Aeronáuticas (SBTA), terá capital composto por grupos brasileiros como: AKAER, a INBRA e da SAAB. A empresa tem o foco de produzir estruturas em metal, compósitos, em especial, fibra de carbono.

Para o Palácio do Planalto, a SBTA é a pedra de toque, pelos desdobramentos políticos regionais.
 
O que estava certo e abrangência definida como a participação das subcontratadas, como a AEL Sistemas, enfrenta um problema pela provável exigência de os “major players” serem Empresas Estratégicas de Defesa (EED). Pela lei estas empresas devem ter 60% de capital nacional.
 
Esta não é a única questão, a FAB deseja o “Large Display Area”, que está em desenvolvimento na AEL Sistemas. Porém, a premência do Projeto NG, talvez leve a SAAB a propor a continuidade dos três visores atuais, como mostrado na apresentação do “Gripen Seminar”, na manhã de 19MAR14.. Porém, é a longa relação da SAAB com a RockwellCollins que pode definir a questão.

Nota – no Box ao lado da ODEBRECHT, em vez de EDT leia-se EDS (Embraer Defesa e Segurança)

Enigmática foi a declaração da COPAC, em reunião realizada com as empresas participantes do “offset” do Programa F-X2, em Brasília DF, 11 de Março, de que os acordos da implementação das contrapartidas  seriam direto com a SAAB.

Outro ponto é a agressiva posição do Ministro da Defesa Celso Amorim, considerada por muitos como “xiita”, em relação às empresas cujo capital acionário majoritário é estrangeiro. Posição seguida pela maioria dos oficiais do DEPROD (Departamento de Produtos de Defesa) do  MD.

De qualquer maneira assim como a Presidente decidiu o caça, deverá agir para reaproximar a EMBRAER  (Frederico Curado e Jackson Schneider) da FAB. Além de definir as áreas de interesse dos grandes players nacionais.

Imobilizada a Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (ABIMDE), observa os acontecimentos sem poder influenciá-los.

De qualquer maneira, o desenho da indústria de defesa brasileira será muito diferente do que há muitos anos era anunciado e esperado.

Incluindo o desejo de outras regiões do País de abocanharem fatias do projeto, como o exposto pela FIRJAN. A tentativa dos estados de seguirem o bem-sucedido exemplo de Minas Gerais com o Pólo de Asas Rotativas. 

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