Lane Barreto
O Subchefe de Operações do Ministério da Defesa (MD), Vice-Almirante Ralph Dias da Silveira Costa, apresentou à imprensa, na tarde da terça-feira (28), as mais recentes ações e dados da Operação Verde Brasil. A coletiva ocorreu no Centro de Operações Conjuntas, sala que centraliza as atividades da Operação, na sede do Ministério da Defesa, em Brasília.
O emprego das Forças Armadas para a Garantia da Lei e da Ordem Ambiental (GLOA) ocorre nos nove estados que integram a Amazônia Legal. O dispositivo autoriza o emprego de militares da Marinha, do Exército, e de Aeronáutica para atuarem em ações preventivas e repressivas contra delitos ambientais, combate a focos de incêndio nas áreas de fronteira, terras indígenas e unidades federais de conservação ambiental.
“A GLO se torna uma grande operação interagências”, ressaltou o Almirante Ralph Dias sobre a integração com as instituições e os órgãos de Segurança Pública e Fiscalização, como Força Nacional, Corpo de Bombeiros Militares, equipes de prevenção e combate à incêndios do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), Polícia Militar Ambiental, Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM).
Ao lado dos representantes da Polícia Federal Thiago Marcantonio, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (IBAMA), Gabriel Zacharias, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Marcos José Pereira, o Almirante Ralph Dias detalhou as principais ações realizadas pela força-tarefa. À frente das iniciativas estão o Comando Militar da Amazônia, com sede em Manaus (AM), e o Comando Militar do Norte, com sede em Belém (PA).
Entre as ações desenvolvidas pelo Comando Conjunto da Amazônia, na quarta-feira (28), uma aeronave Hércules C-130 da Força Aérea Brasileira realizou o lançamento de 12 mil litros de água na terra indígena Tenharim Marmelo, em Príncipe da Beira (RO). Em outra frente, um grupo de 18 brigadistas foi empregado, em Apuí (AM), para o combate de focos de incêndio na localidade.
A área de atuação do Comando Conjunto da Amazônia compreende os estados de do Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima. Neste comando, atuam diretamente na Operação mais de 900 militares das Forças Armadas, 48 brigadistas e estão sendo empregadas 74 viaturas, para as ações em conjunto com os agentes de órgãos ICMBio, do IBAMA, da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental de Rondônia, entre outros órgãos.
Na terça-feira (27), o Comando Conjunto do Norte, composto pelos estados do Pará, Amapá, Maranhão e parte do Tocantins, empreendeu capacitação em combate a incêndio Florestal em Novo Progresso (PA) e, no mesmo município, militares foram a escolas para ensinar noções de preservação ambiental a crianças.
Houve ainda o deslocamento de um pelotão para região de Novo Progresso. Outra ação foi o reconhecimento aéreo na área de atuação Xingú. O Comando Conjunto do Norte emprega nas ações 2,6 mil militares, 300 brigadistas e em torno de 130 viaturas.
O Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM), órgão vinculado ao Ministério da Defesa, também está empregando infraestrutura tecnológica composta por três antenas que recebem informações diretamente de oito satélites internacionais de observação ambiental e climática.
Além disso, as equipes têm à disposição 30 antenas que permitem a comunicação de voz e dados por satélite. Sobre a possibilidade de receber auxílio internacional para o combate das queimadas na Região Amazônica, o Subchefe de Operações do MD informou que Chile, Equador, Estados Unidos e Israel ofereceram apoio.
O Chile ofertou o envio de três aeronaves com capacidade de transportar três mil litros de água, um helicóptero e equipes especializadas da Corporação Nacional Florestal; o Equador, 30 especialistas em combate a incêndios florestais; os Estados Unidos, duas aeronaves preparadas para atuar em áreas de incêndio e um avião para transporte de pessoal com capacidade de 70 pessoas; e Israel, 100 m³ de agente químico retardante de chamas para combate a queimadas.
Para receber o auxílio, uma série de tratativas de documentação ainda precisam ser cumpridas. “Estamos planejando onde vamos empregá-los e, posteriormente, colocá-los à disposição dos comandos conjunto da Amazônia e do Norte” disse o Almirante.
Fotos: Júlia Campos/MD