A União Europeia (UE) e os Estados Unidos acertaram nesta quinta-feira unir seus esforços na luta contra o tráfico de substâncias químicas que podem ser utilizadas por terroristas para a fabricação de artefatos explosivos.
O comissário de Fiscalização, União Aduaneira, Luta contra a Fraude e Auditoria da UE, Algirdas Semeta, explicou em entrevista coletiva concedida na Organização Mundial das Alfândegas (OMA) que a declaração assinada nesta quinta-feira facilitará a cooperação em âmbitos tão variados como o comércio e as investigações.
Além disso, melhorará a troca de informações de ambos os lados do Atlântico e impulsionará o uso de novas tecnologias para o controle desses produtos.
O acordo permitirá ainda o envio de missões europeias aos Estados Unidos e vice-versa, com o fim de conhecer os sistemas utilizados pelas alfândegas e a Polícia na detecção dos produtos químicos, indicou o comissário.
A secretária de Segurança Interior dos Estados Unidos, Janet Napolitano, declarou que o convênio será um grande avanço para o controle da cadeia de provisão.
"A existência de um ponto fraco ou uma brecha em uma parte dessa cadeia pode ter implicações a milhares de quilômetros", advertiu a secretária.
A reunião desta quinta-feira também foi utilizada para revisar os progressos registrados desde o início da iniciativa global integrada por cerca de 70 países e a Interpol e que pretende combater o tráfico de substâncias químicas.
Em particular, foi divulgado que já foram realizadas 22 apreensões de produtos explosivos, totalizando 33 mil quilos de químicos com os quais seria possível fabricar milhares de bombas. As operações executadas também incluíram 18 detenções.
Entre as substâncias que podem ser utilizadas para a fabricação de artefatos está o nitrato de amônia, um fertilizante utilizado no atentado de 1995 contra um edifício do governo dos EUA na cidade de Oklahoma, que matou 168 pessoas e feriu mais de 650.
Também figura o peróxido de hidrogênio, empregado nos atentados de 2005 de Londres, no qual morreram 56 pessoas e mais de 700 ficaram feridas.
Segundo o relatório sobre terrorismo do centro nacional de contraterrorismo dos EUA, no ano passado houve aproximadamente 11.600 atentados terroristas, com mais de 50 mil vítimas.