O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta terça-feira (18) a substituição de Patrick Shanahan à frente do Pentágono por Mark Esper, que servia como subsecretário do Exército.
"Agradeço a Pat por seu excelente trabalho e nomearei o secretário (adjunto) do Exército, Mark Esper, como novo secretário interino da Defesa", tuitou Trump, acrescentando que Shanahan deixa o cargo por motivos familiares.
Shanahan, 56, que assumiu a liderança do Pentágono em dezembro passado, após a renúncia de James Mattis, renunciou ao cargo de secretário interino da Defesa e retirou sua candidatura ao posto permanente para proteger a "segurança e o bem-estar" de seus filhos.
Dois incidentes marcaram a história recente de Shanahan.
O primeiro foi uma briga em 2010 com a então esposa, Kimberley, na residência do casal em Seattle, no qual o funcionário saiu com o nariz sangrando e a mulher, detida.
A mulher denunciou que foi agredida por Shanahan, segundo o jornal USA Today. Ele afirma que jamais tocou na ex-esposa e que tomou um soco que o fez "ver estrelas".
O segundo incidente incluiu o filho de Shanahan, detido quando era adolescente por bater na mãe com um bastão de beisebol em 2011, como admitiu o próprio funcionário em entrevista ao The Washington Post.
"Coisas ruins podem ocorrer em boas famílias (…) e isto foi uma tragédia, realmente", declarou Shanahan ao jornal esta semana.
Antes de chegar ao Pentágono, o engenheiro Shanahan trabalhou 30 anos na Boeing, administrando distintos programas, de aviões comerciais a sistemas de defesa de mísseis.
Shanahan foi o responsável por todos os programas de aviação da Boeing envolvendo as Forças Armadas dos Estados Unidos, experiência que lhe facilitou a entrada no governo.
Em meados de 2017, o então chefe do Pentágono, Jim Mattis, o recrutou para modernizar os procedimentos de compra das Forças Armadas, mas Shanahan foi logo criticado por ignorar os códigos de ética do Pentágono e priorizar a Boeing em detrimento de outros concorrentes, especialmente a Lockheed Martin.
Inocentado e após a renúncia de Mattis como chefe do Pentágono, no final do ano passado, o presidente Donald Trump optou por Shanahan como secretário interino da Defesa, a partir de 1º de janeiro.
Shanahan manteve-se no cargo com um perfil discreto, evitando polêmicas com Trump, mas sua confirmação dependia do Senado, e o processo acabou revelando o passado de problemas familiares de um homem divorciado e pai de três filhos.
A verificação de antecedentes realizada pelo FBI revelou incidentes de violência, incluindo a briga de 2010 com Kimberley.
Mark Esper
O novo chefe do Pentágono, Mark Esper, foi presidente do grupo de defesa aeroespacial Raytheon e a partir de novembro de 2017 assumiu a direção de recrutamento, equipamento e treinamento do Exército.
"Conheço Mark e estou certo de que fará um trabalho fantástico", tuitou Trump.
Ao contrário de seu predecessor, que não tinha experiência militar, Esper, 55, lutou no Iraque durante a Guerra do Golfo, em 1991, e integrou a célebre 101ª Divisão Aerotransportada do Exército.
Esper conhece bem o secretário de Estado, Mike Pompeo, com quem estudou na academia militar de West Point e se formou em 1986.
Após ser escolhido por Trump para secretário do Exército, Esper – casado e pai de três filhos – passou a percorrer as universidades americanas para recrutar jovens preparados para servir em um cenário cada vez mais tecnológico. Um trabalho difícil no momento em que as forças americanas combatem no Afeganistão, Síria, Iraque e África.
A aprovação definitiva de Esper como secretário de Defesa deverá exigir meses, o que deixará o Pentágono sem um titular definitivo em pleno auge das tensões com o Irã.