Subsidiária integral da Petrobras, a Transpetro planeja concentrar, até 2016, em um único local, a operação e o monitoramento de toda sua malha de gasodutos e oleodutos em atividade no país. São mais de 14 mil quilômetros de dutos, o equivalente a um terço da circunferência da Terra. Atualmente, o Centro Nacional de Controle Operacional (CNCO) da Transpetro, que fica na sede da companhia, no Centro do Rio de Janeiro, já controla 91% dos oleodutos e 100% dos gasodutos.
A estrutura, que faz dez anos em 2012, foi construída para abrigar o trabalho que já era feito nas regiões por onde passa a malha de dutos da empresa. Em uma época em que as petroleiras concentram esforços para atuar com segurança e evitar escândalos relacionados a acidentes ambientais, Márcio Manhães, gerente do Centro de Controle de Oleodutos do CNCO, acredita que a estrutura é um diferencial frente a outras companhias do setor.
"Os nossos funcionários que trabalham nas mesas de operação passam por uma seleção e por um treinamento muito rígidos para que possam trabalhar juntos em prol da segurança da nossa operação, em todas as regiões por onde passa nossa malha de dutos", disse Manhães. Entre os oleodutos que passarão a ser monitorados pelo CNCO estão ORSOL I e II, que transportarão petróleo e Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) de Urucu para o Terminal de Coari, ambos no Estado do Amazonas, e o duto de transferência de querosene de aviação (QAV) de Guarulhos para o Aeroporto de Cumbica, ambos no Estado de São Paulo.
O trabalho de monitoramento é feito 24 horas por dia por 127 operadores que se revezam em três turnos de 8 horas cada. Sensores e instrumentos instalados ao longo dos dutos enviam por satélite e redes de fibra óptica informações como vazão, temperatura e pressão dos produtos transportados. Segundo Manhães, os operadores do sistema, de sua mesa de trabalho, podem identificar, prevenir ou corrigir falhas, ligar e desligar bombas, abrir e fechar válvulas, partir e parar estações de compressão.
O centro de controle também realiza a distribuição de petróleo, gás natural e derivados para térmicas, indústrias e refinarias do Sistema Petrobras e para outros clientes. O trabalho é feito em um espaço de 1.200 metros quadrados (m2), que conta com telas de projeção de 37 m2. Segundo Manhães, a empresa tem ainda uma estação "back up", com configuração operacional idêntica a da sede, no Terminal de Campos Elíseos (Tecam), na cidade de Duque de Caxias, para uso de contingência.
O gerente do CNCO contou que no início do ano, quando houve o desabamento de dois prédios e um sobrado na Avenida Treze de Maio, no Centro do Rio, as equipes do centro de controle foram enviadas para a estrutura "back up" no Tecam. O desastre aconteceu a mais de um quilômetro a pé da empresa, mas mesmo assim a Transpetro considerou apropriada a medida. "A decisão foi preventiva caso houvesse problemas no acesso ao prédio da Transpetro ou até mesmo outros problemas como falta de luz", disse Manhães.
A equipe que trabalha no CNCO é formada por técnicos de operação, engenheiros, analistas de sistemas e consultores. Após serem aprovados em concursos, os profissionais passam por análises de perfil comportamental e diversas etapas de treinamento.