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Temer pode vincular Secretaria de Segurança à Presidência

Andrea Jubé e Cristiane Agostine


O presidente Michel Temer estuda vincular a Secretaria Nacional de Segurança Pública diretamente à Presidência da República, para trazer para si uma área que lhe é cara e atravessa uma fase sensível neste início de ano, a partir da crise no sistema penitenciário, e mais recentemente, a paralisação da Polícia Militar no Espírito Santo. Atualmente, a secretaria está ligada à estrutura do Ministério da Justiça. Pesquisa encomendada pelo governo mostrou que 77% dos brasileiros estão insatisfeitos com as ações na área de segurança.

A se confirmar este desenho, o nome mais cotado para a função continua sendo o do advogado criminalista e amigo de Temer, Antônio Claudio Mariz de Oliveira. Neste cenário, é provável que o novo secretário nacional de Segurança Pública seja anunciado na terça-feira, dia 21, junto com o novo ministro da Justiça, Carlos Velloso. Temer quer formalizar a escolha de Velloso após a votação do nome de Alexandre de Moraes pelo plenário do Senado, prevista para terça-feira, após a sabatina.

A secretaria, vinculada à Presidência da República, não teria status de ministério. Seria um gesto para evidenciar a relevância da área para o governo. Um interlocutor de Temer ressalva que este é um dos cenários que está sendo avaliado pelo presidente, que ainda não se decidiu sobre a melhor solução para a área de segurança pública. "O presidente quer emprestar um sentido de urgência para o setor", explica o auxiliar.

Ontem, Temer foi claro ao afirmar que não pretende criar uma nova pasta, ou seja, o Ministério da Segurança Pública. Questionado sobre a hipótese, ele respondeu que "não", no fim da solenidade de sanção da lei do novo ensino médio.

Uma pesquisa encomendada pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência ao Ibope confirmou a sensação de insegurança que envolve a população. Segundo o levantamento, 77% dos entrevistados desaprova a política de segurança pública, enquanto apenas 21% avaliza as ações do governo no setor, e 2% não souberam avaliar.

A mesma pesquisa mostra que Temer continua impopular. O presidente é considerado ótimo ou bom por 13% dos entrevistados, enquanto 37% o consideram regular, 17% ruim e 28% péssimo. Para 62% dos entrevistados, nada mudou com o novo governo, enquanto para 13% houve melhora, e 22% acham que a situação piorou. Foram ouvidas 2 mil pessoas, em todo o país, entre 2 e 5 de fevereiro, e tem margem de erro de 2%.

O nome do ex-secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro José Mariano Beltrame perdeu força para assumir o comando da área em âmbito federal. Contudo, fontes do governo ressaltam que há outros nomes sendo avaliados para assumir a secretaria, entre estudiosos da área e integrantes das Forças Armadas.

A apenas 15 dias, Temer deu destaque à área ao rebatizar a pasta de "Ministério da Justiça e Segurança Pública". O presidente imprimiu solenidade ao gesto, dando posse, pela segunda vez, ao então ministro Alexandre de Moraes. Dias depois, contudo, Moraes seria indicado por Temer para assumir a vaga de Teori Zavascki no Supremo Tribunal Federal.

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