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Tecnologia nacional é estratégica para segurança cibernética, dizem especialistas

O desenvolvimento de tecnologias nacionais é umas das principais estratégias para a segurança cibernética do País, que arca com um prejuízo da ordem de R$ 16 bilhões por ano com ataques cibercriminosos.

A afirmação foi feita por especialistas no tema ligados ao governo federal e às Forças Armadas, durante a abertura do 4º Seminário Internacional de Segurança e Defesa Cibernética, nesta quinta-feira (20), no Cineteatro dos Barrageiros, na Itaipu Binacional, em Foz do Iguaçu.

O evento continua até esta sexta-feira (21). A organização é do Centro de Defesa Cibernética do Exército Brasileiro (CDCiber), com o apoio da anfitriã, Itaipu, e do Parque Tecnológico Itaipu (PTI). As últimas edições do seminário aconteceram no Rio de Janeiro.

"A segurança cibernética é não é commodity e não está à venda no mercado internacional pelos países que já avançaram neste setor", disse o secretário de Política de Informação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação (MCTI), Virgílio Augusto Fernandes Almeida. "O Brasil precisa de ciência e tecnologia para construir proteções eficazes para o ciberespaço e, ainda, ser inovador neste campo". Segundo o secretário, os ataques têm como focos principais as redes móveis (telefonia) e redes sociais nos últimos 20 anos, o uso da internet teria crescido mais de mil vezes.

"A construção de mecanismos para segurança cibernética tem sido prioridade para o governo brasileiro", disse Almeida. Ele citou como exemplo a criação do CDCiber, formado em 2010.

"É importante que haja tecnologia para que não sejamos pegos de surpresa pelo mau uso dela", disse o diretor-geral brasileiro de Itaipu, Jorge Samek. Para ele, a vulnerabilidade deve ser combatida com o desenvolvimento de boas ferramentas.

Samek lembrou os dois ataques recentes de hackers, no Paraná, que causaram prejuízo para empresas e serviços públicos. O primeiro foi em março deste ano, no município de Capitão Leônidas Marques. Na ocasião, hackers chegaram a exigir o resgate de US$ 3 mil para liberar o acesso ao banco de dados invadido da Câmara de Vereadores local.

O segundo caso ocorreu no início do mês, quando o sistema da Urbs, empresa de Curitiba que gerencia o transporte coletivo da cidade, foi invadido e as telas dos terminais passaram a exigir pornografia. "Isso é um assunto muito sério."


Maior autonomia

O aumento da autonomia tecnológica, a partir do trabalho conjunto das Forças Armadas, universidade, centros de tecnologia como o PTI e empresas como a Itaipu, também foi defendida pelo chefe do CDCiber, general de divisão Paulo Sérgio Melo de Carvalho. "A nossa tarefa é extremamente desafiadora e o networking facilita nosso trabalho", disse.

Para ele, o intercâmbio com outros países ajudaria neste processo, ainda que cada um desenvolva sua própria tecnologia. Por isso, o seminário traz a participação de representantes da Espanha e de Israel. Após a abertura, o general de divisão ministrou a palestra A Defesa Cibernética como extensão do papel constitucional das Forças Armadas na defesa nacional.


A programação completa pode ser consultada neste link: http://www.renasic.org.br/index.php/eventos/detalhe/6


Parceria estratégica

A parceria do Exército com Itaipu e PTI levou à criação do Laboratório de Segurança Eletrônica, de Comunicações e Cibernética (LaSEC²). O laboratório desenvolve tecnologias de defesa cibernética para estruturas estratégicas e foi inaugurado em março.

A usina de Itaipu é uma das estruturas estratégicas para o País – aquelas que podem causar colapso em caso de problemas. Nesta lista estão também plataformas petrolíferas, sistema bancário e financeiro (bolsas de valores) e linhas de transmissão de energia, entre outras.

Solenidade

A cerimônia de abertura teve a participação do general de divisão, Aderico Visconte Pardi Mattioli, assessor do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas para os Setores Estratégicos; brigadeiro intendente Pedro Arthur Lima Linhares, diretor de tecnologia de informação da Aeronáutica; general de brigada Bráulio de Paula Machado, chefe do Centro de Desenvolvimento de Sistemas; general de brigada Sergio Luiz Goulart Duarte, 2º subchefe do Estado-Maior do Exército; general de brigada Decílio de Medeiros Sales, chefe do centro Integrado de Tecnologia do Exército; general de brigada Paulo Roberto de Oliveira, comandante da 15ª Brigada de Infantaria Mecanizada; contra-almirante Alan Guimarães Azevedo, subchefe de logística e mobilização do Estado-Maior da Armada; general de brigada Marconi dos Reis Bezerra, diretor do Departamento de Segurança da Informação e Comunicações do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República; e Juan Carlos Sotuyo, diretor-superintendente da Fundação Parque Tecnológico Itaipu.

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