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Tecnologia: ferramentas para ajudar pessoas na segurança dos estádios da América Latina

(*) Dario Mojica, diretor de Vídeo Segurança e Controle de Acesso da Motorola Solutions para a América Latina

O futebol é o esporte mais popular do mundo. A Euromericas Sport Marketing estima que esse esporte movimenta pelo menos US$ 700 bilhões por ano se considerarmos na amostra os quase 400 milhões de jogadores pertencentes a 2,5 milhões de times no mundo. Com isso, ele representa um setor que excede o PIB de países como Noruega, Irlanda e Suécia.

A América do Sul é, sem dúvida, um dos principais centros mundiais do futebol. É o lar do atual campeão mundial e olímpico (Argentina), da seleção nacional mais bem-sucedida do mundo (Brasil, com cinco títulos mundiais) e a terra natal de quatro dos jogadores mais importantes da história do esporte (Pelé, Maradona, Di Stéfano e Messi).

Isso explica por que o futebol é um fenômeno cultural que não pode ser separado da história da América do Sul e porque ir ao estádio para assistir a um jogo do seu time favorito é um ato pleno – de devoção – para um torcedor latino-americano. No entanto, há vários fatores que podem ter um impacto negativo na experiência de visitar um estádio, como brigas, tumultos, roubos e aglomerações. É por isso que, quando se trata de um evento tão amado, manter o público seguro é uma prioridade máxima.

Nos últimos anos,  tecnologias de vídeo e de monitoramento vêm contribuindo para a inibição e redução da violência e vandalismo em estádios esportivos. Exemplos como o Beira-Rio e Serra Dourada no Brasil, Ester Roa, El Teniente, Elias Figueroa, Francisco Sanchez Rumoroso e o Municipal de Zorros del Desierto, no Chile, River Plate e Santiago del Estero, na Argentina, Atanasio Girardot, na Colômbia, e o estádio BBVA, em Monterrey, no México,  utilizam inúmeras tecnologias de vídeo e monitoramento (câmeras com recursos de analise de comportamento, softwares inteligentes e IA, sistemas de controle de acesso, sensores, alarmes, centrais de controle etc) a fim de fortalecer seus sistemas  de segurança e proporcionar uma melhor experiência aos visitantes. No caso do Chile, a Universidade Católica está construindo o novo estádio, o San Carlos de Apoquindo que, além de ser o primeiro estádio sustentável do continente, inclui medidas de segurança comparáveis às implementadas no Juventus em Turim ou o do Bayern de Munique na Europa.

Mas como funciona o ecossistema de segurança tecnológica em um estádio?
Vamos imaginar um caso hipotético: Um homem decide levar seu filho pequeno para assistir a final de uma partida de futebol disputada por seu time favorito. É a primeira vez que a criança vai ao estádio. No intervalo do jogo, ele se afasta alguns metros,  se distrai  e  perde o pai de vista. É a partir desse momento que a tecnologia integrada começa a fazer seu trabalho. 

O pai se dirige desesperadamente até um agente de segurança para pedir ajuda. O agente, equipado com um rádio digital, comunica-se com os outros funcionários e relata a situação para que todos sejam informados. Ao mesmo tempo, o agente se comunica com o centro de comando e controle e pede ao pai uma foto da criança para que, por meio de câmeras com tecnologia de detecção de pessoas, ela possa ser encontrada o mais rápido possível. No centro de comando também se realiza o controle dos acessos para evitar que menino saia do estádio.  

Dessa forma, as câmeras de vídeo localizadas em pontos estratégicos (distribuídas  nas entradas, corredores e instalações) permitem eliminar pontos cegos e capturar imagens de alta qualidade, mesmo em condições de pouca luz e alta aglomeração de pessoas, facilitando a localização. Ao mesmo tempo, a tecnologia permite a integração com o sistema de comunicação da polícia, caso o incidente se agrave. Nesse caso, o centro de comando informa ao policial mais próximo a localização da criança e o policial entra em contato com o guarda que está com o pai para promover o encontro entre os dois. Como alternativa, pode acontecer que, em desespero por não ver o pai, a criança tenha saído do estabelecimento em meio a uma multidão de pessoas. Nesse caso, a partir do centro de operações, é possível coordenar o apoio das forças de emergência, bombeiros e segurança, se necessário.

Uma situação como essa pode acontecer em qualquer país. Dessa forma, é importante que novas tecnologias se popularizem e ganhem corpo em locais de grande concentração de pessoas como os estádios. Dessa forma, ter recursos integrados com dispositivos de rádio móvel terrestre, vídeo, controle de acesso e softwares  de comando e controle, apoiados por serviços gerenciados e de suporte, proporcionam  maior agilidade na resposta a incidentes. 

O objetivo é redobrar  esforços para que a integração dessas tecnologias permita transformar os modelos reativos em proativos, fornecendo ações mais rápidas, alertas antecipados, intervindo de forma imediata e efetiva. Pois, o importante é que o esse esporte continue motivando pessoas e unindo populações inteiras – mas com segurança!

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