O Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC), dedicado às comunicações do governo brasileiro e integralmente controlado pelo Brasil, será entregue ao ministro da Defesa, Raul Jungmann, e ao presidente da Telebras, Antonio Loss, na próxima quinta-feira (1º/12), em Cannes, no sul da França, onde fica a sede da Thales Alenia Space (TAS), empresa fornecedora do equipamento.
O projeto é uma parceria entre os ministérios da Defesa e da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, e envolve investimentos da ordem de R$ 2,1 bilhões, com previsão de lançamento no primeiro trimestre de 2017. O satélite, adquirido pela Telebras, terá uma banda KA, que será utilizada para comunicações estratégicas do governo e implementação do Programa Nacional de Banda Larga (PNBL), e uma banda X, que corresponde a 30% do equipamento, de uso exclusivo das Forças Armadas. O Ministério da Defesa investiu cerca de R$ 500 milhões para utilização da banda X pelos próximos 18 anos, tempo de vida estimado do produto.
Com isso, o Brasil passará a fazer parte do seleto grupo de países que contam com seu próprio satélite geoestacionário de comunicações, não tendo mais a necessidade de alugar equipamentos de empresas privadas, o que vai gerar uma economia significativa aos cofres públicos e maior segurança em suas comunicações.
Além disso, por ampliar e aumentar a segurança das comunicações de defesa, o SGDC expandirá a capacidade operacional das Forças Armadas, por exemplo, em operações conjuntas nas regiões de fronteira terrestre, em eventuais operações de resgate em alto mar e ainda no controle do espaço aéreo.
“Esse primeiro satélite representa um salto enorme em termos de comunicações de defesa, ampliará a nossa capacidade de forma segura e, por isso, representa um enorme avanço ao País”, ressalta o ministro da Defesa.
Além de assegurar independência e soberania nas comunicações de defesa, o Satélite, assim como todos os projetos estratégicos das Forças Armadas, não se restringiu à mera aquisição do equipamento.
O acordo firmado com a França envolveu largo processo de absorção e de transferência de tecnologia. Na parte de absorção, houve o envio de mais de 50 profissionais brasileiros para a sede da Thales, em Cannes e Toulouse, na França. São especialistas oriundos de órgãos como Ministério da Defesa, Agência Espacial Brasileira (AEB), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e das empresas Visiona e Telebras.