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SGDC – Assinatura do contrato entre Visiona e Telebras deve acontecer em novembro

Fonte Teletime
 

Está previsto para ocorrer ainda este mês a assinatura do contrato da Visiona com a Telebras para a aquisição do Satélite Geoestacionário de Comunicações Estratégica (SGDC).

A previsão foi dada pelo presidente da Telebras, Caio Bonilha, em audiência pública realizada nesta segunda, 4, na comissão de infraestrutura do Senado. Segundo ele, o contrato já está pronto, mas a sua assinatura ainda depende da aprovação do governo. Durante o Seminário Brasileiro de Satélite, Bonilha disse que a ideia era que esse contrato fosse assinado em setembro.

Enquanto isso, a Agência Espacial Brasileira (AEB) está negociando com a Thales Alenia – fornecedora do satélite – os termos do contrato de transferência de tecnologia. "Existe um cluster na região de São José dos Campos. Nesse primeiro, se quer ganhar experiência em integração satelital. Esse é o grande objetivo desse primeiro satélite", diz ele.

A partir do segundo satélite, de acordo com Bonilha, é que seria possível adquirir conhecimento para que as empresas do polo de São José dos Campos, possam se capacitar para produzir determinadas partes e peças estratégicas de um satélite geoestacionário.


Jornal do Senado

O programa brasileiro de Satélite Geosteacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas (SGDC) foi avaliado como promissor na reunião da Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) desta segunda-feira dentro do ciclo de debates sobre o tema “Investimento e gestão: desatando o nó logístico do país”. Para os especialistas consultados, o satélite – que deverá ser levado à órbita terrestre em 2016 – ampliará a cobertura das redes de dados brasileiras, alcançando municípios que atualmente têm dificuldade para acesso à telefonia e à internet, e dificultará a interceptação de dados estratégicos, além de proporcionar demanda por tecnologia desenvolvida no país.

Artur Coimbra, diretor do Departamento de Banda Larga do Ministério das Comunicações, tratou da contribuição do futuro satélite para a massificação do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), especialmente em áreas distantes que não estão cobertas pela rede de dados convencional e dependem de conexão direta com satélites particulares – um serviço que, conforme frisou, é caro e lento no Brasil.

Coimbra espera que o projeto aumente a segurança e a soberania da transmissão de dados no Brasil e aumente a capacidade do país no desenvolvimento de satélites.

– O primeiro satélite permitirá que o Brasil adquira uma capacidade muito boa de desenvolvimento – afirmou, avaliando que no quarto satélite da série prevista seja possível usar somente componentes brasileiros.

Caio Cezar Bonilha Rodrigues, presidente da Telebras, também lembrou a prioridade no programa de absorção e transferência de tecnologia. Ele criticou as operadoras dos satélites comerciais, que, segundo ele, apontam com mais ênfase para áreas de maior demanda e não cobrem adequadamente áreas como a Amazônia. Ao ressaltar o papel da estatal – que não fornece acesso a consumidores finais – no incentivo aos pequenos provedores e na redução do preço do acesso no atacado, condenou o "monopólio" das operadoras de telefonia que exploram serviços de internet.

– Quando chegamos a uma determinada cidade, a demanda dobra – disse.

O capitão-de-mar-e-guerra Fabio Martins Raymundo da Silva, chefe da Seção de Comando e Controle da Chefia do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas do Ministério da Defesa, alertou que a capacidade satelital da Banda X – usada desde os anos 90, especialmente em operações conjuntas das Forças Armadas – está "chegando ao limite". Entre as vantagens do satélite brasileiro, ele citou a cobertura de toda a América do Sul, podendo ainda alcançar operações como aquelas desenvolvidas pelo país na Antártida e no Haiti, e a arquitetura de rede de voz e dados totalmente segregada.

Fabio Martins Raymundo da Silva ainda minimizou a possibilidade de violação de dados, frisando que o satélite virá com defesa contra tentativa de interferência na frequência de transmissão – caso detectada, a comunicação poderá ser realizada por meio alternativo – e que todas as comunicações estrategicamente sensíveis são criptografadas usando-se protocolos sob o domínio de técnicos brasileiros.

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