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Riots – Polícia de Choque Brasileira Teria Controlado a Situação

Dois brasileiros residentes em Londres acreditam que a polícia local foi surpreendida com a onda de violência que eclodiu após protestos pela morte de um suspeito na semana passada. Na opinião de um advogado e de uma assistente executiva, que moram respectivamente há nove e cinco anos na capital britânica, a cultura de tratar a repressão violenta como último recurso fez com que a destruição adquirisse uma proporção maior e se alastrasse por outros lugares da cidade.

Morador da região de Wembley, na zona norte, Alexandre Soares, 32 anos, acredita que uma situação semelhante poderia ser mais facilmente controlada por uma tropa de choque no Brasil. "A Polícia Militar tem um know how de responder a violência com violência, reprimindo com bombas de gás lacrimogêneo e resolvendo logo a situação. A cultura daqui é mais de acompanhar os protestos sem repressão, já que eles até agora eram bem mais pacíficos", diz.

Ele compara a situação atual aos momentos vividos após o ataque terrorista ao Metrô de Londres em 2005 e afirma que na época a presença policial era maior. "Vemos muitos agentes na rua, mas não era nada comparado à época dos ataques, quando tinha um policial a cada esquina", diz.

Ana Emília Jenkins, 26 anos, lembra que a estrutura da polícia britânica, que dispõe quase sempre apenas de armas não-letais, conta com agentes voluntários, cidadãos que se dispõem a atuar. Ela diz que um colega seu, que tem dois filhos atuando em meio período como policiais voluntários, viu o filho relatar situação de risco extremo. "Tentavam conter um pequeno grupo quando chegou outro maior com toda intenção de matá-los, foi quando eles pediram reforços", conta.

A brasileira, que relata ter visto o supermercado em que faz compras ser saqueado e parcialmente destruído, diz que seu marido, que é inglês, foi abordado por arruaceiros e convidado a participar dos distúrbios. "Em Whitechapel (estação de Metrô) um rapaz simplesmente perguntou 'você vai participar dos saques mais tarde hoje?'. Só entendemos depois, eles estavam 'recrutando' possíveis participantes assim, na rua, além dos métodos de mídia social e tudo mais que ouvimos falar depois", relatou.

Onda de violência no Reino Unido

No início da noite de sábado, 6 de agosto, manifestantes iniciaram protestos em Nottingham, no norte de Londres, motivados pelo assassinato de um homem de 29 anos 2 dias antes. Os protestos logo se desenvolveram em uma onda de violência que se arrastou noite adentro, quando grupos depredaram lojas e incendiaram carros, dando início ao pior episódio de violência urbana da história recente londrina.

Os tumultos diminuíram na manhã de domingo, mas ganharam nova força nos dias seguintes, irradiando para diversos bairros londrinos e até mesmo para as cidades de Liverpool e Birmingham. A intensidade da violência levou centenas de policiais às ruas para conter os levantes. Mais de 600 pessoas já foram presas e dezenas de policiais ficaram feridos. Nesta terça-feira, os protestos geraram a primeira vítima fatal.

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