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Rio 2016: falta de familiaridade do brasileiro com ameaças terroristas preocupa

Felipe Pontes


Em meio aos preparativos do esquema de segurança para os Jogos Olímpicos Rio 2016, a falta de familiaridade do brasileiro com ameaças terroristas preocupa o Ministério da Defesa, a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

Após os atentados de novembro em Paris, em que um dos ataques seria no Estádio da França, onde as seleções francesa e alemã disputavam uma partida amistosa, elevaram-se, nas avaliações da Abin, os alertas sobre ameaças terroristas em grandes eventos esportivos.

Os órgãos brasileiros de defesa, segurança e inteligência resolveram, então, preparar eventos de conscientização junto aos profissionais que vão lidar diretamente com o público durante os Jogos, como funcionários da rede hoteleira, taxistas e seguranças privados de centros comerciais, entre outros, para que saibam identificar situações de risco e agir adequadamente.

“O objetivo é passar para essas audiências uma informação mais qualificada. Queremos sensibilizar, para que as pessoas tomem de imediato uma atitude perante uma ameaça”, disse o general Mauro Sinott Lopes, responsável pelo Comando Conjunto de Combate ao Terrorismo das Forças Armadas.

“Não será criado nenhum canal específico para esse tipo de situação, é o contato que a pessoa já tem cotidianamente com o aparato de segurança”, acrescentou Lopes durante a etapa de palestras realizada hoje (2), no Comando Militar do Planalto, em Brasília.

Chamados de Estágio de Percepção de Ameaças Terroristas, os eventos já ocorreram no Rio de Janeiro e em São Paulo e serão realizados também em Belo Horizonte, Salvador e Manaus, todas cidades em que serão dsputadas partidas do futebol olímpico.

Principal ameaça

Em virtude do enfraquecimento do Estado Islâmico, principal organização terrorista em atuação no mundo, em seu território original no Oriente Médio e decorrente incentivo de seus líderes a ataques independentes em países ocidentais, a Abin diz que se preocupa com a ação de “lobos solitários”, indivíduos que possam ser contaminados pela ideologia radical de grupos do tipo e decidam agir por conta própria durante a Olimpíada.

Existe em nosso país uma comunidade salafista, ligada ao Estado Islâmico. que pode interpretar esse tipo de mensagem como uma oportunidade de fazer algum tipo de ação”, afirmou o diretor do Departamento Antiterrorismo da Abin, Luiz Sallaberry. Os salafistas defendem a volta aos fundamentos do Islã, embora nem todos os adeptos dessa corrente adotem práticas terroristas.

“É esta a nossa preocupação. Por isso, existe hoje um nível de ameaça um pouco maior para os Jogos Olímpicos: temos pessoas radicalizadas em território brasileiro, que são nacionais e se identificam com esse tipo de organização, e temos também a possibilidade de entes externos que possam chegar ao nosso país de forma legal ou ilegal”, acrescentou Sallaberry.

 

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