O jornal comenta que "a geografia da violência no Brasil virou de ponta cabeça nos últimos anos", com uma queda de 47% nos homicídios no Rio de Janeiro e em São Paulo entre 1999 e 2009, enquanto no nordeste do país os índices de assassinatos quase dobraram na última década.
A reportagem observa que o nordeste é "uma região pobre que mais se beneficiou dos programas de transferência de renda que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva promoveu durante seus oito anos no cargo".
"O nordeste há muito tempo é atormentado pela criminalidade, mas o aumento mostra como o boom econômico brasileiro está levando a violência relacionada às drogas – a principal causa para o flagelo dos homicídios – a migrar para outras partes do país conforme os traficantes buscam novos mercados, sobrecarregando as forças policiais", diz.
Mercado mais forte
Para o jornal, "a mesma onda econômica que colocou mais dinheiro nos bolsos de milhões de brasileiros pobres, especialmente no norte do país, também estimulou mais tráfico de drogas e os crimes fatais associados a ele".
"Os traficantes de drogas, percebendo o potencial de um mercado mais forte, se concentraram mais fortemente no nordeste, gerando guerras do tráfico e violência fomentada pela dependência", comenta o jornal.
A reportagem observa que os Estados da Bahia e de Alagoas foram especialmente afetados pela explosão da violência, citando dados que mostram um aumento de 430% nos homicídios na Bahia em dez anos.
O jornal relata que no ano passado o índice de homicídios na Bahia foi de 34,2 por 100 mil habitantes, mais alto que os 29,8 por 100 mil habitantes verificados no Rio de Janeiro. "As autoridades da Bahia dizem que após um desnivelamento em 2010, os homicídios caíram 13% em 2011 até julho comparado com os primeiros sete meses de 2010", observa a reportagem.
Segundo o jornal, as agências de viagem estão preocupadas com o aumento da criminalidade violenta nas favelas baianas e com pequenos assaltos ligados à droga na região do Pelourinho, no centro histórico de Salvador.