Capitão-Tenente Fabrício Costa
O Programa Calha Norte (PCN) investe na melhoria da infraestrutura das Organizações Militares (OMs) na Amazônia há 34 anos. Porém, desde que foi criado em 1985, o PCN vem ganhando cada vez mais importância para a reestruturação das Forças Armadas Brasileiras na Região Amazônica. Nos últimos anos, foram muitas as contribuições do programa para o melhor funcionamento das OMs da Marinha, do Exército e da Aeronáutica em Manaus.
O Comando do 9º Distrito Naval é o responsável pela área de jurisdição da Bacia Amazônica, a maior bacia hidrográfica do mundo, com 23 mil km de rios navegáveis e onde trafegam cerca de 35 mil embarcações. Por isso, dispõe de nove OMs subordinadas: a Capitania Fluvial da Amazônia Ocidental, o Comando da Flotilha do Amazonas, a Estação Naval do Rio Negro, o Batalhão de Operações Ribeirinhas, o Centro de Intendência da Marinha em Manaus, a Capitania Fluvial de Tabatinga, o 3º Esquadrão de Helicópteros de Emprego Geral, a Policlínica Naval de Manaus e o Serviço de Sinalização Náutica do Noroeste.
"Nossa área de jurisdição abrange Roraima, Rondônia, Amazonas e Acre. Estamos falando de 56% da fronteira terrestre. Meu desafio é estar presente em toda essa área, com imensa dificuldade logística. Tudo aqui é muito distante", garantiu o Comandante do 9º Distrito Naval, Vice-Almirante Paulo César Colmenero.
Dos nove meios navais da Flotilha do Amazonas, cinco são Navios de Patrulha Fluvial, com a missão de realizar inspeções e patrulhas navais na Região Amazônica. Eles são empregados juntamente com grupos de combates dos Fuzileiros Navais, que se deslocam em lanchas fluviais rápidas, e ainda recebem o reforço de cinco aeronaves esquilos para realizar voos de reconhecimento.
"São diversos tipos de rios, sinuosos, de corredeiras, mais caudalosos. Temos que conseguir navegar em todos esses rios para atender à sociedade brasileira. Nosso principal problema, são os crimes transfronteiriços", disse o Almirante.
Com isso, o 9º Distrito Naval recebe, todos os anos, recursos do Programa Calha Norte. De 2018 a 2019, a OM investiu essa verba nas obras de contenção de uma voçoroca. Realizou a manutenção de navios, viaturas e aeronaves. Também deve melhorar o serviço de comunicação por satélite dos nove navios da Flotilha do Amazonas, além de possibilitar a substituição de materiais de higiene e conforto.
Centro de Instrução de Guerra na Selva
O Centro de Instrução de Guerra na Selva (CIGS), que é referência na Organização das Nações Unidas (ONU), realiza Curso Internacional de Operações na Selva (CIOS), para militares de Nações Amigas, desde 2016. Nesse momento, 16 candidatos de 8 países (Holanda, China, Estados Unidos, França, Paraguai, Nigéria, Canadá e Índia) estão concentrados nessa OM. O curso é organizado em seis semanas, sendo dividido em três fases: vida na selva, técnicas especiais e fase de operações.
Em 55 anos de existência, o CIGS formou 6.588 guerreiros de selva: 5.529 do Exército, 240 da Marinha, 83 da Força Aérea, 175 da Polícia Militar/Corpo de Bombeiros e 561 estrangeiros. Em 2019, esse Centro enviou 13 militares para missão de paz da ONU na República do Congo.
"Estamos espalhados no mundo todo. O CIGS pode mandar tropas para qualquer missão, em qualquer lugar do mundo. O soldado é o nosso diferencial", afirmou o Comandante do Centro de Instrução de Guerra na Selva, Coronel Mário Flávio Brayner.
Porém, para que o CIGS ostente o status de formar os melhores combatentes de selva do mundo, foi preciso haver investimentos do governo federal. O Programa Calha Norte, por exemplo, repassou recursos para essa OM nos últimos anos. Com isso, do ano passado para cá, o Centro de Instrução de Guerra na Selva conseguiu adquirir três geradores de 200 Kva para as suas oito bases, que ocupam um perímetro 2,5 vezes maior do que a área urbana da capital do Amazonas.
Foi com o apoio financeiro do PCN que o CIGS construiu uma rampa de acesso a uma balsa, onde antes não havia asfalto e os militares tinham dificuldades para se deslocar na estrada de terra, em épocas de chuva. A OM ainda deve receber recursos para compra de mais geradores, manutenção de voadeiras e motosserras, além de verba para aquisição de material de informática, serviços gráficos e adequação da cantina e da loja do seu zoológico.
A Ala 8 (antiga Base Aérea de Manaus)
A Ala 8 (antiga Base Aérea de Manaus) realiza o transporte de órgãos, de urnas, de provas do Enem e da população indígena. De acordo com o Comandante da Ala 8, Brigadeiro do Ar Maurício Carvalho Sampaio, essas ações são fundamentais para estreitar relacionamento com os índios.
"Eles nos conhecem. Sabem que a Marinha, o Exército e a Força Aérea estão lá desde sempre. Desde pequeno, eles estão identificados com as nossas fardas", destacou o Brigadeiro.
A Força Aérea também resgata acidentados na Floresta Amazônica, lança paraquedistas e realiza evacuações aeromédicas. Atua nos Decretos de Garantia da Lei e da Ordem, como a Operação Verde Brasil, no combate às epidemias e na defesa área da Região Amazônica.
"O Esquadrão de Caça F5 funciona em sistema de plantão 24h por dia. Essas aeronaves podem ser acionadas a qualquer momento para cumprir uma missão de intercepção de aeronave suspeita", afirmou o Comandante da Ala 8.
Sendo assim, parte dos recursos recebidos pela Ala 8 vem do Programa Calha Norte. Nesse ano, a OM preferiu aplicar essa verba do PCN na manutenção da estrutura de dois hangares. Melhorou os portões e substituiu os trilhos superiores e inferiores do Grupo Logístico.
Também foi feito o tratamento contra corrosão da estrutura do 7º Esquadrão de Transporte Aéreo e a manutenção do prédio do Grupo de Segurança e Defesa. Ainda faltam a reforma da rede elétrica do Grupamento de Apoio de Manaus e do Quartel General, a recuperação do Simulador de Voo do C-105 e a melhoria da iluminação dos pátios.
Entre em contato
O Programa Calha Norte é coordenado pelo Ministério da Defesa, sediado em Brasília (DF). Veja abaixo as informações de contato do programa.
Endereço para correspondência:
Ministério da Defesa
PROGRAMA CALHA NORTE
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