Autoridades do Governo Federal envolvidas diretamente na organização da Copa do Mundo 2014 fizeram balanço sobre a realização do Mundial, encerrado ontem (13), com a vitória da seleção da Alemanha no Maracanã (RJ). No Centro Integrado de Segurança e Controle, localizado na sede da Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Brasília, a presidente Dilma Rousseff e 16 ministros de Estado concederam entrevista coletiva. A área de defesa e segurança foi apontada como um dos pontos fortes no planejamento do torneio.
O ministro da Defesa, Celso Amorim, elogiou a atuação dos 59 mil homens das Forças Armadas que participaram do evento. Para ele, os militares tiveram um desempenho que uniu eficiência e discrição. “Não queríamos a impressão de um evento militarizado”, disse.
Amorim também elogiou os investimentos feitos na Defesa, especialmente na segurança cibernética. Mas o grande legado da Copa do Mundo, na visão do ministro, foi a ação conjunta entre os diferentes agentes públicos envolvidos com o planejamento de segurança e defesa. “Se eu pudesse resumir em uma só palavra o legado que fica para o aspecto de defesa e segurança, esta palavra seria integração”, afirmou.
O general José Carlos De Nardi, chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA) – órgão que coordenou as ações de Defesa na Copa –, também elegeu a integração entre os diferentes órgãos responsáveis pela segurança como o grande legado do Mundial. “Nunca antes Defesa e Justiça andaram tão juntas. Percorremos todas as cidades-sede”, disse.
Balanço
Durante o Mundial de futebol, a Defesa, por meio das Forças Armadas, atuou em dez eixos estratégicos no cumprimento de missões típicas militares, tais como a defesa do espaço aéreo, defesa marítima e fluvial, fiscalização de explosivos e defesa cibernética.
Por determinação da Presidência da República, as Forças Armadas também reforçaram as ações de segurança em rotas protocolares, hotéis, centros de treinamento, receptivo nos aeroportos e entorno dos estádios, de modo a desencorajar eventuais distúrbios.
Segundo dados do EMCFA, aproximadamente 59,5 mil militares (homens e mulheres) das Forças Armadas participaram da segurança da Copa 2014 nas 12 capitais que sediaram partidas durante a competição. Houve mobilização de efetivos também nas capitais Vitória (ES), Aracaju (SE) e Maceió (AL), que receberam delegações de atletas.
Aparato de Defesa
Para estruturar sua atuação em nível local, o Ministério da Defesa instituiu um Centro de Coordenação de Defesa de Área (CCDA) em cada uma das 12 cidades-sede do Mundial. Além de militares das Forças Armadas, integraram o CCDA representantes dos órgãos de segurança pública, inteligência, defesa civil e segurança privada.
Sob a coordenação geral do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), que manteve um centro de operações permanente em Brasília (DF), esses centros tiveram a responsabilidade de executar, na ponta, o planejamento efetuado para as ações de Defesa.
Os CCDAs, no entanto, não atuaram sozinhos. Além do comando nacional a cargo do EMCFA, a Defesa instituiu quatro comandos centralizados para atuação em tarefas essencialmente militares: Defesa Aeroespacial e Controle do Espaço Aéreo; Fiscalização de Explosivos; Segurança e Defesa Cibernética e, por fim, Prevenção e Combate ao Terrorismo (incluindo ações de Defesa Química, Biológica, Radiológica e Nuclear – DQBRN).
Para além da Defesa, o comando geral das ações de segurança na Copa, em cada estado, foi desempenhado por um Comitê executivo de segurança integrada regional (Cesir), composto pelo oficial general encarregado do CCDA, por um representante do Ministério da Justiça (o superintendente da Polícia federal no estado) e pelo secretário de segurança Pública.
Coube a esse “triunvirato” garantir que o trabalho efetuado pelos diferentes setores do poder público, na área de segurança, acontecesse de maneira integrada durante a realização da Copa. Em nível nacional, a instância estratégica para orientação e integração das ações de segurança foi o Comitê Executivo de Segurança Integrada (Cesi), constituído pela Casa Civil da Presidência da república e pelos Ministérios da Justiça e da Defesa, com o assessoramento permanente do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI).