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Operação Atalaia apreende 250kg de drogas

Paulo Yafusso

CAMPO GRANDE. Após seis dias, a Operação Atalaia terminou ontem com a apreensão de 250 quilos de drogas, principalmente maconha, e vários produtos contrabandeados como pneus, cosméticos, cigarros, roupas e brinquedos. A operação mobilizou 890 homens do Exército ligados ao Comando Militar do Oeste (CMO), que fiscalizaram os 650 quilômetros de fronteira com o Paraguai, em Mato Grosso do Sul, 24 horas por dia.

Embora o volume de apreensões seja considerado pequeno, diante do aparato mobilizado, o tenente-coronel Giovani Moretto, da Comunicação Social do CMO, afirmou que o resultado foi satisfatório. Segundo ele, o objetivo era treinar os militares e estreitar o relacionamento com outras instituições, como a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal.

Foram utilizados 124 veículos, sendo 30 blindados. Boa parte dos blindados foi colocada nos locais onde houve barreiras nas rodovias que dão acesso ao Paraguai. Os militares montaram 97 postos de bloqueio. Como legalmente o Exército tem poder de polícia na faixa de 150 quilômetros da fronteira, nas barreiras foram instaladas estruturas para o registro de autos de prisão. No entanto, ninguém foi preso.

PMs encontram contrabando em ônibus
Segundo Moretto, como essa ação não tem a finalidade de prender criminosos, mas sim de treinar os militares, as datas foram divulgadas com antecedência:

— O nosso objetivo foi o de adestrar os nossos militares, por isso (a operação) foi divulgada antecipadamente. Mas outras operações serão realizadas e aí não serão anunciadas antes. Mas a Operação Atalaia trouxe reflexos secundários, porque com a nossa presença nas estradas as pessoas procuraram outros meios (de transportar mercadorias contrabandeadas), e aí as outras unidades de segurança atuaram — disse o militar.

Durante o fim de semana passado, policiais militares do pelotão da rodoviária de Campo Grande apreenderam em ônibus quase meia tonelada de contrabando, principalmente roupas.

Foram feitas mais de duas mil abordagens a veículos de turistas, de transporte de cargas e passageiros durante a operação. Até mesmo quem trafegava a pé ou de bicicleta pelas rodovias onde foram montadas barreiras foi parado para verificação de documentos. Equipes do Ibama também participaram do monitoramento, auxiliando os militares no combate aos crimes ambientais, principalmente o transporte de madeira extraída ilegalmente.

O tenente-coronel Moretto afirmou que o Exército passará a ter presença mais efetiva nas ações na fronteira, com a implantação do Sistema Integrado de Monitoramento das Fronteiras (Sisfron). Segundo ele, o projeto da estrutura de funcionamento do sistema fica pronto até setembro deste ano e, a partir de 2012, será implantado inicialmente na Amazônia e depois no Centro-Oeste.

O Sisfron prevê a utilização de aeronaves não tripuladas e equipamentos de visão infravermelha, que permitem a visualização mesmo no escuro. Com isso, todos os dados de monitoramento das fronteiras serão centralizados, o que vai facilitar o planejamento das ações.

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