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Novas antenas prometem ampliar a proteção da Amazônia Legal via satélite

A Amazônia Legal terá mecanismos de controle mais efetivos sobre áreas desmatadas e queimadas. A população também usufruirá de um sistema de previsão climática melhor, permitindo a prevenção de catástrofes e a redução dos efeitos de enchentes nos centros urbanos.

O Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), órgão do Ministério da Defesa, investiu R$ 8,2 milhões na aquisição de três antenas e demais equipamentos de recepção de dados por satélites, instaladas nos centros de Manaus (AM), Porto Velho (RO) e Belém (PA). Serão beneficiados os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia e Roraima, além de uma parte de Mato Grosso, Tocantins e Maranhão.

Cada antena tem 2,4 metros de circunferência e está protegida por uma esfera (radome) de proteção de mais de quatro metros. Esse equipamento possibilitará o recebimento diário e em tempo real de imagens de satélites da Administração Nacional Atmosférica e Oceânica dos Estados Unidos (NOAA 15, 16, 17, 18 e 19), da Agência Espacial Europeia (Metop 2) e da Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço (NASA), como Terra, Acqua, NPP e NPOESS.

“Com a resolução temporal (frequência de imagens) podemos identificar desmatamentos, repassando essa informação ao órgão parceiro”, explica a coordenadora operacional Jaci Saraiva, do Centro Regional de Belém.

O sistema permite, também, ampliar os dados sobre pressão e umidade do ar, além de determinar tipos, temperaturas e tamanhos de nuvens. “As informações serão utilizadas para a previsão do tempo e estudos climáticos”, ressalta o diretor Técnico do Sipam, Cristiano Cunha. Segundo ele, são captadas características físicas da terra e oceanos, indicações de calor na superfície terrena, medição dos níveis de ozônio e concentração de clorofila.

Precisão

Segundo a coordenadora de Operações do Centro Regional de Porto Velho, Ana Cristina Strava, o processamento, independente das imagens, permitirá aprofundamento e ganho de qualidade em trabalhos já realizados pelo Sipam. “O monitoramento de queimadas e a avaliação do desmatamento em áreas especiais são alguns exemplos”, afirma.

Os dados captados pelas antenas são “traduzidos” por um sistema denominado Terascan, que possibilita a recepção automática, processamento e visualização das informações do satélite para posterior elaboração de produtos. Além disso, todo o monitoramento será disponibilizado às instituições parceiras que utilizam sensoriamento remoto nas áreas ambientais, oceanográficas e meteorológicas.

Com investimento de R$ 1,4 milhão, foram instaladas mais duas antenas exclusivas, nos centros Regional de Manaus e de Coordenação Geral em Brasília (DF). Os equipamentos recepcionam dados dos satélites GOES (11, 12, 13 e 14), compatível com upgrade para GOES-R, que devido às suas características geoestacionárias requerem um receptor fixo (diferente dos demais, que acompanham a passagem dos satélites). Cada antena tem 3,7 metros de circunferência.

De acordo com o meteorologista Renato Senna, do Centro Regional de Manaus, o equipamento possibilita o acesso imediato às imagens de satélite da série GOES sobre a América do Sul em alta resolução.

O software adquirido (LEADS) proporciona uma série de recursos que vão melhorar a interpretação dos sistemas meteorológicos atuantes na região. “Isso facilita o nosso trabalho e acarreta em maior acuidade de previsões de curtíssimo prazo trazendo como consequência mais segurança à população”, ressalta Senna.

Ainda de acordo com o meteorologista, a instalação dos equipamentos implicou em novas rotinas operacionais que permitem a animação de sequências de imagens de satélite e a colocação de "alvos" em pontos específicos que facilitam o monitoramento em tempo contínuo dos sistemas meteorológicos.

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