Marina Rocha
“Vocês militares, em muitos lugares, são a única presença do Estado. As Forças Armadas que trabalham na região amazônica tem um sentimento de brasilidade e utilidade muito grande.” A afirmação do ministro da Defesa, Jaques Wagner, foi dita durante visita ao Comando Militar da Amazônia (CMA), na manhã desta terça-feira (03). Este foi o primeiro quartel do Exército que Wagner conheceu desde que assumiu o cargo no início de janeiro.
Durante a visita, Wagner ressaltou que é preciso mostrar o que vem sendo feito pelos militares, “o que é motivo de orgulho”. “Seja no Nordeste com os carros-pipa, ou no hospital em São Gabriel da Cachoeira (AM) ,onde 70% dos atendimentos são para civis, muitos deles indígenas. Se não é nossa função primeira, temos que entender que isso também nos leva ao coração da sociedade”, falou.
O ministro defendeu a continuidade dos projetos estratégicos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. De acordo com ele, “mesmo uma pátria que não sofre ameaças de guerra como o Brasil precisa de investimentos em defesa para manter a integridade e a soberania nacional”.
Em rápida conversa com jornalistas que acompanharam o evento, ele explicou que está trabalhando para garantir esses programas, mesmo o contingenciamento previsto para o orçamento federal.
No evento, o comandante militar da Amazônia, general Guilherme Cals Theóphilo Gaspar de Oliveira, lembrou que amanhã (4), Jaques Wagner irá aos pelotões especiais de fronteira (PEF) do Exército. “Nossos PEF são o ponto mais avançado na defesa do território nacional.”
Já o comandante da Força Terrestre, general Eduardo Villas Bôas, expressou que a escolha do ministro em visitar primeiro o CMA “demonstra o reconhecimento pela importância que a Amazônia tem para o Brasil”.
Visita
O evento de hoje teve início com formatura no pátio do CMA. Depois, o ministro Jaques Wagner foi até à Base Jaguatirica – localizada nas dependências do Comando Militar da Amazônia e onde são ministradas técnicas de sobrevivência na selva, como coleta de água em cipó.
Logo após, Wagner assistiu à palestra ministrada pelo general Theóphilo, onde ficou a par de aspectos da região e responsabilidades a cargo da organização militar. Atualmente, o CMA conta com cerca de 20 mil militares da ativa, espalhados pelos estados da Amazônia, Acre, Roraima e Rondônia.
O efetivo do CMA atua numa faixa de 9.925 km de fronteira terrestre com nove países da América do Sul. Participa de operações de monitoramento transfronteiriço, como a Ágata, além de outras iniciativas em conjunto com órgãos de segurança pública e agências governamentais.
Realiza, ainda, proteção de estruturas estratégicas, a exemplo da Usina Hidrelétrica de Jirau. Os integrantes desse Comando fazem parte de tropas de pronta-resposta altamente especializadas. “Nós temos que assumir a Amazônia. Essa é a maior responsabilidade do povo brasileiro”, finalizou Theóphilo.