Margareth Lourenço
Enquanto um batalhão de cientistas dos mais diversos países estão unidos por uma única causa: encontrar a cura definitiva para a COVID-19, outras milhares de pessoas não perdem um segundo no enfrentamento imediato à pandemia que se espalhou do oriente ao ocidente. É preciso divulgar informações corretas, prestar atendimento médico de qualidade, bem como providenciar os meios de tratamento adequados, atender rapidamente quem precisa de alimento e, em meio ao desalento, levar esperança e alegria.
Desde 20 de março, quando o Ministério da Defesa lançou a Operação Covid-19, a cada dia são mais e mais militares da Marinha, Exército e Aeronáutica, de todos os cantos do País, que se envolvem nas ações de apoio ao governo federal, estaduais e municipais. Mais de 29 mil homens e mulheres das Forças Armadas realizam as mais diversas atividades. Eles atuam apoiados por 797 viaturas, 75 embarcações e 18 aeronaves. De lá para cá, foram transportadas quase 40 toneladas de carga em 118 horas de voo, somadas a 140 toneladas distribuídas por via terrestre.
E neste esforço, parceria firmada entre o Ministério da Defesa (MD), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e empresas têm sido essencial no conserto de respiradores que estavam parados. Em duas semanas, 1.290 aparelhos foram recolhidos para reparo e 201 estão recuperados. Esse trabalho conta com rede de 15 pontos de manutenção de respiradores em 13 unidades da Federação.
A missão também conta com o apoio de algumas indústrias automotivas, que alteraram seus processos produtivos para colaborar com a tarefa. No sábado (18), quatro desses respiradores foram retirados das instalações do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) em Macapá (AP) e levados, em avião da Força Aérea Brasileira (FAB), ao Centro Tecnológico da instituição de Belo Horizonte, um dos principais centros de manutenção.
Em outro ponto do País, no município catarinense de Jaraguá do Sul, o 62º Batalhão de Infantaria, instalado em Joinville, fez o transporte de 50 respiradores até a Base Aérea de Florianópolis da FAB. O material seguiu para Boa Vista (RR) em apoio à Operação Acolhida.
Solidariedade
Na Região Norte, a conscientização da população recebe especial atenção. O 2º Batalhão de Operações Ribeirinhas, da Marinha, entregou panfletos na Feira da Providência, localizada na capital paraense. Em outro município, Santarém, trabalho semelhante foi realizado durante inspeção naval da Capitania Fluvial local. Na mesma região, o Comando Conjunto está ampliando a capacitação em defesa Nuclear, Biológica, Química e Radiológica (NBQR) de militares das três Forças.
Outra ação que envolve os militares por todo o País é a arrecadação e distribuição de gêneros alimentícios para os mais vulneráveis. Integrantes do 1º Batalhão de Polícia do Exército, em parceria com instituições e amigos da Unidade Militar, participam da Campanha "Covid sem fome". O que é recolhido, inclusive roupas, é distribuído em bairros cariocas.
No Sul, em Tubarão, Santa Catarina, a 3ª Companhia de Infantaria Motorizada entregou kits de alimentação às famílias dos jovens do Programa Forças no Esporte (PROFESP). Na mesma região, no município paranaense de Santo Antônio da Platina, o Tiro de Guerra, em parceria com a Secretaria de Assistência Social local, arrecadou 4,5 toneladas de alimentos, para serem entregues a 250 famílias de baixa renda.
Em apoio aos profissionais de saúde, no município de Guia Lopes da Laguna, no Mato Grosso do Sul, o Comando Conjunto Oeste, por meio da 4ª Companhia de Engenharia de Combate Mecanizada, realiza triagem de pacientes em postos de saúde.
E para amenizar um pouco a rotina incessante dos profissionais de saúde, em Itaituba, no Pará, houve uma singela homenagem. A Banda de música do 53º BIS realizou, no sábado, apresentação musical no Hospital Municipal de Itaituba (HMI). A iniciativa levou descontração e alegria aos profissionais que têm se dedicado diuturnamente ao amparo da sociedade.
Operação COVID-19
O Ministério da Defesa ativou, em 20 de março, o Centro de Operações Conjuntas, para atuar na coordenação e no planejamento do emprego das Forças Armadas no combate à COVID-19. Nesse contexto, foram ativados dez Comandos Conjuntos, que cobrem todo o território nacional, além do Comando Aeroespacial (COMAE), de funcionamento permanente. A iniciativa integra o esforço do governo federal no enfrentamento à pandemia e recebeu o nome de Operação COVID-19.
As demandas recebidas pelo Ministério da Defesa, de apoio a órgãos estaduais, municipais e outros, são analisadas e direcionadas aos Comandos Conjuntos para avaliarem a possibilidade de atendimento. De acordo com a complexidade da solicitação, podem ser encaminhadas ao Gabinete de Crise, que determina a melhor forma de atendimento.