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Militares brasileiros se preparam para integrar missão de paz no Haiti

Os integrantes do 23º contingente da Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah) participam, durante esta semana, de uma série de palestras e atividades preparatórias no Ministério da Defesa (MD), em Brasília (DF).

O objetivo é familiarizar os militares brasileiros sobre a conjuntura econômica, política, social e cultural do país caribenho, além de apresentá-los a assuntos de logística, inspeção sanitária, entre outros. Eles atuarão em ações de patrulha e apoio à população ainda este ano no Haiti.

O chefe de Operações Conjuntas do MD, almirante Ademir Sobrinho, abriu o evento, desejando boa sorte a todos no cumprimento da missão. Em seguida, foi a vez do subchefe de Operações de Paz, brigadeiro Tarcisio Veloso, fazer a primeira apresentação do dia.

O brigadeiro reiterou que o compromisso dos que fazem parte da Minustah não deve ser só com a farda que ostentam. “O meu amor à Força Aérea não pode ser maior que o de prover os meios necessários para quem quer que seja. Meu uniforme é azul, mas é também verde e cinza”, exemplificou.

Veloso falou, ainda, sobre a estrutura do MD e as atribuições da sua subchefia. Destacou também que a principal preocupação a ser levada em conta na missão é com a proteção dos civis. “Se a população não estiver segura, nós não temos mais o que fazer. Essa é a responsabilidade de vocês e vocês tem que passar isso para a tropa”, completou.

Após a etapa de reuniões no Ministério da Defesa, os militares participarão de um curso no Centro Conjunto de Operações de Paz do Brasil (CCOPAB), localizado no Rio de Janeiro.

A instituição prepara brasileiros e estrangeiros para missões no exterior. O novo contingente contará com 970 homens do Batalhão Brasileiro de Força de Paz (Brabat) e da Companhia de Engenharia (Braengcoy). A tropa estará sob a coordenação do coronel do Exército Ricardo Pereira Araujo Bezerra. É a primeira vez que o novo comandante passará pelo Haiti.

Rodízio

As trocas entre os contingentes são realizadas a cada seis meses. O grupo que está em preparação iniciará o rodízio no dia 12 de novembro e assumirá em 3 de dezembro a Minustah. O chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas (EMCFA), general José Carlos De Nardi, desejou êxito aos integrantes do 23º contingente. “Os senhores estão representando o Brasil.

Competência vocês têm, cabe agora exercer a confiança que a Marinha, o Exército e a Aeronáutica depositam em vocês”, enfatizou. Segundo o general, em suas oito idas ao país, pôde perceber a evolução dos oficiais e praças empregados no local. “A tropa está muito bem. Evoluímos para melhor e ao final do período vemos que contribuímos positivamente”, afirmou.

Características

O Haiti é, atualmente, a nação mais pobre do hemisfério ocidental. Possui 10,3 milhões de habitantes (54% deles vivem em extrema pobreza e 80% abaixo da linha de pobreza). Desse total, cerca de três milhões estão concentrados na capital Porto Príncipe.

O país sofre com a falta de investimento e infraestrutura. Por meio da Minustah, o Brasil atua no Haiti desde 2004. Após o terremoto, em 2010, que dizimou as ruas da capital e deixou mais de 200 mil mortos, o auxílio foi intensificado, principalmente em atividades de retirada de escombros, construção de estradas, distribuição de alimentos e água potável.

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