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Militares brasileiros do Recife e Rio de Janeiro retornaram do Haiti

Major Sylvia Martins

A volta para casa traz o sentimento de missão cumprida para os militares brasileiros que retornam ao Brasil, a cada troca de contingente da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (MINUSTAH).

Não foi diferente para os mais de 240 integrantes da Marinha, do Exército e da Força Aérea, do 25º contingente, que, neste sábado (3), desembarcaram no Recife (PE) e no Rio de Janeiro (RJ).

O 25º Contingente Brasileiro (CONTBRAS) permaneceu no Haiti por seis meses. Entre as atividades desse período, apoiaram as últimas eleições naquele país, a ajuda humanitária ainda aos desabrigados do Furacão Mattew e iniciaram a passagem da função da MINUSTAH para a Missão das Nações Unidas de Apoio à Justiça no Haiti (MINUJUSTH).

Permaneceram também na segurança das instalações das bases de tropas de outros países, já desocupadas, e promoveram o planejamento para a desmobilização do componente militar e a repatriação dos equipamentos.

O comandante do 25º Batalhão Brasileiro de Infantaria de Força de Paz (BRABAT), coronel Roberth Eickhoff, durante a cerimônia de transmissão da função, contou sobre a população haitiana e o trabalho da tropa brasileira. “Reconhecemos como atores principais da missão o povo haitiano, que sempre nos apoio e entendeu a nossa missão”, afirmou.

Ao se referir à tropa, ele disse que “cumprimos com o nosso dever em solo haitiano, elevamos ao mais alto patamar a Bandeira do Brasil, honramos a nossa Pátria”. E continuou: “o combatente do Comando Militar do Nordeste foi incansável face às dificuldades e ao desconforto. Disciplinado e entusiasmado, deu mostras da capacidade do soldado brasileiro”. A maioria dos militares do 25º contingente é oriunda de unidades da região Nordeste.

Estavam à frente também de efetivos especializados do 25º CONTBRAS, os comandantes do grupamento operativo de Fuzileiros Navais (BRAMAR), o capitão de mar e guerra, Stewart da Paixão Gomes; e da Companhia de Engenharia de Força de Paz (BRAENGCOY), o tenente coronel Alerrandro Leal Farias.

Missão cumprida e muitas vivências

Durante o retorno ao Brasil, ao cruzar pelos céus a fronteira com a Venezuela, o piloto do C-767 major Rangel informou a entrada no espaço aéreo brasileiro. “Senhoras e senhores, a Força Aérea Brasileira tem a honra de repatriá-los, sejam bem-vindos”, anunciou. Em seguida, ouviram-se aplausos de todos os passageiros.

O major do Exército Marcus Fabius, oriundo do 71º Batalhão de Infantaria Motorizado, Garanhuns (PE), disse sobre a participação na missão. “O grupo que se formou há um ano, de militares de Garanhuns, Petrolina, Maceió, Recife, Santa Maria (RS), que veio para o Haiti, que ficou grande parte do seu tempo em Cité Soleil, patrulhou, fez um trabalho integrado com a comunidade, passou por situações difíceis e superou cada uma delas”, contou o militar.

No trajeto de Porto Príncipe ao Recife, as vivências no Haiti foram lembradas com emoção pela sargento da Força Aérea Vanessa. “O que mais me emocionou foram as atividades de CIMIC (Cooperação civil-militar) que a gente tem lá com escolas, orfanatos, onde se tem contato com crianças, que só tem as vezes uma refeição por dia, foi o que mais me trouxe de lição de vida dessa missão”, disse Vanessa.

Além do ambiente estável e seguro mantido pelo contingente brasileiro no Haiti, há um legado social que será deixado pelos militares. “Há dez anos, uma escola foi reformada pela Marinha e hoje, mais uma vez, nós conseguimos fazer um belo trabalho, reformamos a escola novamente, cedemos material escolar, e acho que nosso trabalho não está sendo em vão, deixamos um legado”, relatou o fuzileiro naval, Marco Aurélio dos Santos.

O contingente brasileiro na MINUSTAH é o maior no Haiti, com um efetivo de 970 militares. Eles serão os últimos a deixar o país até o encerramento da missão em 15 de outubro deste ano.

A participação do Brasil na missão é uma ação coordenada pelo Ministério da Defesa em conjunto com as Forças Armadas. Os rodízios entre os contingentes são realizados a cada seis meses.

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