Em um artigo, o General de Exército Joaquim Silva e Luna, Ministro da Defesa, aborda o sucesso da Operação São Cristóvão, desencadeada para garantir à população os serviços essenciais, ante a paralização dos caminhoneiros, que durou 12 dias. Para o General, foi uma “ação integrada na defesa do Brasil”, considerada de grande êxito e que beneficiou à Nação.
“Foram dias de apreensão, estudo de situação continuado e diuturno trabalho”, salientou, complementando em seguida: “o objetivo não era ganhar a guerra, era ganhar a paz”.
A operação reuniu militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, além de integrantes de mais de 20 órgãos governamentais, como agências reguladoras, departamentos de polícias, empresas e associações responsáveis pela distribuição e transporte.
O Ministro da Defesa também apresentou alguns resultados desses dias de operação, enfatizando que foram transportados cerca de 87 milhões de litros de combustível de aviação, 55 milhões de litros de óleo diesel, 16 mil toneladas de insumos hospitalares, 698 caminhões com alimentos, dentre outros itens. Ele frisou que a integração e a mobilização foram fatores primordiais para o sucesso ocorrido.
Uma ação integrada na Defesa do Brasil
No momento em que está sendo superada a crise desencadeada pela interrupção do transporte rodoviário do nosso País, cabe fazer, da perspectiva do Ministério da Defesa, algumas reflexões sobre o trabalho de todos os que participaram desse esforço integrado.
Foram dias de apreensão, estudo de situação continuado e diuturno trabalho.
Prontamente, ao identificar a gravidade da situação e a necessidade de pronta-resposta, o Ministério da Defesa assumiu, por determinação presidencial, a responsabilidade pela estratégia a ser adotada.
Estava acionada a Operação São Cristóvão, que reuniu militares da Marinha, Exército e Aeronáutica e mais 20 órgãos governamentais, incluindo agências reguladoras, departamentos de polícias, de empresas e associações responsáveis pela distribuição e transporte.
Do Centro Integrado de Monitoramento, de onde planejamos e coordenamos as operações, integrados com outras agências de Estado, vimos o intenso, habilidoso e resolutivo trabalho de todos, de Norte a Sul do Brasil.
Mesmo quando o país pareceu caminhar rapidamente para um colapso, confiamos no planejamento, na priorização das demandas de abastecimento e no modo de empregar as Forças Armadas e as Forças Policiais para alcançar resultados sem confrontos, sem o emprego da violência.
O objetivo não era ganhar a guerra, era ganhar a paz. E para isto seria necessário pacificar os ânimos e restabelecer o abastecimento dos itens críticos, a partir daqueles que permitiriam a mobilidade dos meios de transporte e a circulação dos demais itens.
Dentro de um planejamento estratégico, foram inicialmente priorizados o abastecimento de nossos aeroportos, o fluxo de diesel para termoelétricas, órgãos de segurança e transporte público, a distribuição do gás de cozinha (GLP) e o transporte dos materiais indispensáveis ao funcionamento do sistema de saúde brasileiro.
Cerca de três mil escoltas foram realizadas pelas Forças Armadas e Polícia Rodoviária Federal de forma ininterrupta por oito dias em todas as unidades da federação, sem nenhuma ocorrência de enfrentamento ou confronto entre os militares e os manifestantes.
Durante esses dias, a Operação viabilizou o transporte de cerca de 87 milhões de litros de combustível de aviação, 55 milhões de litros de óleo diesel, 16 mil toneladas de insumos hospitalares, 698 caminhões com alimentos entre outros itens.
Tais ações proporcionaram a chegada gradual da carga nas diferentes regiões do país, aliviando o sofrimento e os prejuízos da população.
A integração e mobilização, características essenciais para o sucesso da Operação São Cristóvão, devem-se ao profissionalismo das Forças Armadas, bem como o de todos os demais órgãos que compuseram a Operação.
Em meio a uma crise, o respeito, a diplomacia e o compromisso com o país foram cruciais para a busca de soluções.
Por fim, dirijo-me aos marinheiros, soldados e aviadores – logísticos e combatentes – das nossas Forças Armadas, a missão está chegando ao final. Parabéns pelos êxitos alcançados até aqui!
Continuaremos mobilizados, pois assim nos impõem a nossa disponibilidade permanente e a nossa dedicação exclusiva.
Considerem sempre que a melhor maneira de pensar em si é pensar em todos. E que a recompensa continuará sendo a íntima satisfação de cada um pelo dever cumprido.
General Silva e Luna, Ministro da Defesa
Brasília, 03/06/2018