JÚNIA GAMA
O escritório do coronel Pedro Ivo Moezia, um dos coordenadores do manifesto Alerta à nação, que critica o governo, foi arrombado na madrugada de ontem. A invasão ocorreu em 15 escritórios do Edifício Central, na Quadra 1 do Setor Comercial Sul. Segundo o delegado que investiga o caso, Reinaldo Vilar, documentos estavam revirados, mas objetos de valor não foram levados. "Havia joias, diamantes, ouro e dinheiro nos cofres abertos, mas nada foi levado", relata. Segundo Vilar, até o momento, foi registrada apenas a falta de uma quantia de R$ 200 em espécie. "É um crime confuso e intrigante", avalia.
A polícia já tem suspeitos, mas aguarda o resultado da perícia, que deve sair hoje, para divulgar novas informações. O coronel Pedro Ivo acredita que o crime tem "motivações políticas". "É um recado de que eu estou dando trabalho", sustenta. O coronel enumera, além do manifesto que desagradou o Planalto, três ações que protagonizou como motivos para "incomodar".
Ele entrou com duas ações questionando a lei que cria a Comissão da Verdade e, ontem, ingressou no Ministério Público com uma representação para que o órgão investigue se houve crime de responsabilidade do ministro Celso Amorim e da presidente da República na interferência que culminou com a suspensão da nota publicada pelo Clube Militar. O Ministério da Defesa não quis se manifestar sobre o tema.
No texto Alerta à nação, militares da reserva criticaram o ministro da Defesa, Celso Amorim, por interferir para que fosse suspensa nota anterior do Clube Militar atacando a presidente Dilma Rousseff e ministras por declarações sobre a ditadura militar. O comando do Exército estuda de que forma irá punir os oficiais que assinam a nota.