Nota DefesaNet Quando da leitura dos argumentos do Relatório da pomposa Comissão Global sobre Política de Drogas veio a mente, o até hoje, nunca explicado encontro do todo poderoso Richard Grasso, CEO da NYSE e o agora defunto Raul Reyes. Os argumentos até um tanto primários expostos pela Comissão e que têm sido seguidos ferozmente pela Midia merecem uma pós-leitura. Colocamos a matéria original da Reuters em um box abaixo e a foto do encontro de Grasso-Reyes ilustra este artigo. O editor |
Reportagem de Will Dunham
WASHINGTON – Uma comissão internacional de alto nível afirmou nesta quinta-feira que a "guerra às drogas" global fracassou, e exortou os países a estudarem medidas como a legalização da maconha para ajudar a enfraquecer o poder do crime organizado.
A Comissão Global sobre Política de Drogas exortou os líderes internacionais a adotar uma nova abordagem para as drogas, substituindo a estratégia atual de criminalização rígida das drogas e prisão dos usuários, ao mesmo tempo combatendo os cartéis criminosos que controlam o tráfico.
"A guerra global contra as drogas fracassou, com consequências devastadoras para indivíduos e sociedades pelo mundo afora", disse o relatório divulgado pela comissão.
O painel de 19 membros inclui o ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso, o atual primeiro-ministro grego, George Papandreou, o ex-secretário-geral da ONU Kofi Annan, o empresário britânico Richard Branson e o ex-secretário de Estado norte-americano George Schultz.
A comissão disse que são necessárias com urgência reformas fundamentais nas políticas nacionais e globais de controle de drogas.
Entre as recomendações da comissão estão:
– Substituir a criminalização e punição de pessoas que são usuárias de drogas mas não prejudicam outras pessoas por uma oferta de serviços de saúde e tratamento aos necessitados.
– Incentivar os governos a considerar a legalização da maconha e possivelmente outras drogas ilícitas, "para enfraquecer o poder do crime organizado e proteger a saúde e segurança de seus cidadãos". A comissão disse que iniciativas de descriminalização não resultam em aumentos importantes no consumo de drogas.
– Os países que continuam a investir principalmente em uma abordagem policial devem focar o crime organizado violento e os traficantes de drogas.
GASTOS FRACASSARAM
Outros membros da comissão incluem o ex-presidente mexicano Ernesto Zedillo, a ex-presidente suíça Ruth Dreifuss, o ex-presidente colombiano Cesar Gaviria, e o ex-presidente do Federal Reserve dos EUA Paul Volcker.
"Gastos imensos com medidas de criminalização e repressão dirigidas contra produtores, traficantes e consumidores de drogas ilegais claramente fracassaram em reduzir efetivamente a oferta ou o consumo", acrescenta o relatório.
"Vitórias aparentes na eliminação de uma fonte ou organização do tráfico são invalidadas quase imediatamente pelo surgimento de outras fontes e traficantes. Os esforços de repressão voltados contra os consumidores dificultam a tomada de medidas de saúde pública para reduzir o HIV/Aids, as mortes por overdose e outras consequências nocivas do consumo de drogas," afirma o relatório.
O relatório da comissão acrescentou que o dinheiro gasto por governos em esforços vãos para reduzir a oferta de drogas e encarcerar pessoas por delitos relacionados às drogas poderia ser gasto com mais utilidade com maneiras diferentes de reduzir a demanda de drogas e os malefícios causados pelo abuso delas.
O relatório pode ser visto na Internet no endereço
http://www.globalcommissionondrugs.org/Report.
DefesaNet Membros da Comissão
Kofi Annan, ex Secretário-Geral das Nações Unidas, Gana
Louise Arbour, ex-Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, presidente do International Crisis Group, Canadá Richard Branson, empresário, defensor de causas sociais, fundador do Virgin Group, um dos fundadores da The Elders, Reino Unido Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente do Brasil (presidente da Comissão) Marion Caspers-Merk, ex-Secretária de Estado do Ministério Federal de Saúde Alemão Maria Cattaui, membro do conselho Petroplus Holdings, ex-secretária-geral da Câmara de Comércio Internacional, Suíça Ruth Dreifuss, ex-presidente da Suíça e Ministra da Administração Interna Carlos Fuentes, escritor e intelectual, México César Gaviria, ex-presidente da Colômbia Asma Jahangir, ativista dos direitos humanos, ex-Relatora Especial sobre execuções Arbitrárias, Sumárias e Extrajudiciais, Paquistão Michel Kazatchkine, diretor executivo do Fundo Global de Combate à AIDS,Tuberculose e Malária, França Mario Vargas Llosa, escritor e intelectual, Peru George Papandreou, primeiro-ministro da Grécia George P. Shultz, ex-secretário de Estado, Estados Unidos (presidente honorário) Javier Solana, ex-Alto Representante para a Política Externa e de Segurança Comum da União Européia, Espanha Thorvald Stoltenberg, ex-ministro de Relações Exteriores e Alto Comissário da ONU para os Refugiados, Noruega Paul Volcker, ex-presidente do Banco Central e do Conselho de Recuperação Econômica dos Estados Unidos John Whitehead, banqueiro e funcionário público, presidente da World Trade Center Memorial Foundation, Estados Unidos Ernesto Zedillo, ex-presidente do México
Secretariado
» Bernardo Sorj |
DefesaNet NYSE Chief Meets Top Colombia Rebel LeaderSaturday, 26 June 1999 BOGOTA — The head of the New York Stock Exchange held face-to-face talks Saturday with a leader of Colombia's main Marxist rebel group, government sources said. They said NYSE Chairman Richard Grasso flew into a demilitarized region of Colombia's southern jungle and savanna for his talks with a member of the general secretariat of the Revolutionary Armed Forces of Colombia (FARC). A government spokesman initially said Grasso had met Manuel Marulanda, a legendary figure known by the alias “Sureshot'' and the FARC's maximum commander. But the state-run news agency ANCOL later reported that Grasso had met Raul Reyes, one of Marulanda's top deputies and his chief negotiator in fledgling peace talks with the government. The meeting was thought to be the first between a senior member of the FARC, which is radically opposed to capitalism, and a representative of one of the world's top financial markets. ANCOL quoted Grasso as having stressed the importance of full-fledged negotiations between the government and FARC, which are due to get under way on July 7 and aimed at ending a conflict that has taken more than 35,000 lives over the last decade alone. The news agency said Grasso had extended a personal invitation to leaders of the FARC, which is considered a ''terrorist'' organization by the State Department, to visit Wall Street as soon as possible. "I invite members of the FARC to visit the New York Stock Exchange so that they can get to know the market personally," Grasso was quoted as saying. "I truly hope that they can do this," he added. The government has granted the FARC control of a Switzerland-sized area of south and southeast Colombia since last November as a confidence-building measure to enter into peace talks. ANCOL said Grasso's talks with Reyes, which lasted 1-1/2 hours, took place inside the rebel-controlled zone in an area near the village of La Machacha, in southern Caqueta province. The news agency also said Grasso, whose presence in Colombia was kept secret until Saturday, was slated to return to New York Sunday. Local media said Grasso had asked to meet a representative of the FARC's high command to discuss foreign investment and the future role of U.S. businesses in Colombia. The FARC and a smaller rebel group, the National Liberation Army (ELN), both took up arms against the state in the mid-1960s and have a long-running tradition of targeting U.S. interests in Colombia. Both groups also use kidnapping to help bankroll their war effort. ©1999 Reuters Limited |