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Gen Ex Villas Bôas – Problemas na Segurança Pública não serão resolvidos com medidas simples

Athos Moura

O comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, disse em entrevista ao Jornal da CBN que não serão em operações específicas que o emprego das Forças Armadas terá êxito no Rio de Janeiro.

As ações dos militares, em conjunto com as polícias do estado, têm sido criticadas pelo resultado abaixo do esperado. Villas Bôas explicou que a visão para esse trabalho precisa ser de longo prazo. “Essa questão da Segurança Pública é extremamente complexa e não será solucionada a partir de medidas simples. Há que se ter uma visão de longo prazo. Essa nova concepção de operações vai se prolongar até dezembro de 2018. Não será em uma operação específica ou em uma operação de dois ou três dias que vamos obter o êxito esperado”, afirmou.

Villas Bôas justificou essas ações pontuais como uma nova forma de atuação das Forças Armadas. O general contou que a última ação do Exército nesse sentido foi quando militares ocuparam o Complexo de Favelas da Maré, no Rio de Janeiro.

Ele disse que ação foi inócua porque depois que o Exército saiu das comunidades o crime organizado voltou a atuar: “Houve uma mudança na concepção de emprego do Exército. Até o ano passado éramos utilizados para ocupar áreas, comunidades e favelas.

O último emprego foi na Maré, no Rio de Janeiro, que é uma ´cidade´ de 130 mil habitantes. Permanecemos lá por 14 meses, um custo de R$ 1 milhão por dia. Foi uma atuação inócua, porque no momento que saímos a realidade permanecia a mesma e o crime voltou aos patamares que estavam antes.

Agora, temos uma nova concepção de empregos pontuais com alvos definidos a partir de um intenso trabalho de inteligência.” O general comentou que os objetivos dessas ações são atingir o crime organizado e proporcionar estabilidade para que os órgãos de segurança do Rio possam atuar.

Ele espera que a população consiga ter uma sensação de segurança, mesmo com a dificuldade de manter a polícia na rua por causa das dificuldades financeiras do estado. “Nós esperamos que aos poucos se vá atingindo o centro de gravidade dessas organizações criminosas. Outro fator importante é proporcionar à população a percepção de segurança. E por isso é importante a polícia na rua. E essa tem sido uma dificuldade principalmente em função das condições financeiras do Rio.”

O comandante do Exército também contou que a crise financeira do país também atinge o Exército. Villa Bôas explicou que o orçamento do Exército foi liberado apenas até setembro e que o restante foi contingenciado.

Ele afirmou que está na expectativa para que o restante da verba seja liberada, mas que essa falta de dinheiro pode comprometer a ação e o emprego de tropas na fronteira. “A falta de dinheiro poderá prejudicar a ação no Rio. O governo está trabalhando no sentido de viabilizar o funcionamento em alguns setores e tenho expectativa. Eu receio que algumas de nossas capacidades possam ser afetadas”, lamentou o general, que também defendeu a criação de leis mais fortes para o combate ao crime.

 

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