DE BELÉM – A força-tarefa enviada pelo governo federal a Pará, Amazonas e Rondônia, após a morte de cinco camponeses na região, atuará também na parte administrativa das polícias locais, fazendo revisões de inquéritos inconclusos, por exemplo.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que esteve ontem no Pará, afirmou que essa forma de atuação não significa ingerência sobre assuntos dos governos estaduais. Segundo ele, o pedido foi feito, no caso do Pará, pelo governador Simão Jatene (PSDB).
Um delegado do primeiro escalão da polícia paraense, porém, criticou o envio do reforço federal e disse à Folha que o Estado tem estrutura suficiente para administrar seus problemas.
Além do "mutirão" administrativo, os agentes da Polícia Federal, Força Nacional, Polícia Rodoviária Federal e das Forças Armadas devem ajudar na logística das investigações e nas fiscalizações contra o desmatamento, segundo o governo estadual.
A ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, disse que a aposta do governo é atuar com proteção coletiva, já que não é possível disponibilizar policiais para cada um dos ameaçados de morte.
Ela participou de uma reunião em Belém com movimentos sociais e ouviu críticas à construção da usina de Belo Monte, no rio Xingu. Líderes de movimentos da região disseram que a obra incentiva conflitos e gera ameaças a defensores do meio ambiente.