Evandro Corrêa
Agentes da Força Nacional de Segurança retiraram, na madrugada de sábado, duas famílias de agricultores que estavam sendo ameaçadas no assentamento Praialta-Piranheira, onde foi assassinado o casal de ambientalistas Maria do Espírito Santo e José Claudio Ribeiro. De acordo com a Polícia Federal, foram retirados da área dez integrantes das famílias dos agricultores Francisco Tadeu da Silva e Francisco Martins. Todos foram levados para a Delegacia de Conflitos Agrários de Marabá, onde prestaram depoimento sobre ameaças sofridas no assentamento e depois encaminhados a um abrigo na área urbana.
Na manhã de hoje, os agricultores, entre eles duas crianças, serão ouvidos por entidades ligadas aos direitos humanos. O governo do Pará estuda a possibilidade de o grupo ser incluído no Programa de Proteção à Testemunha. Entre os retirados da área está a camponesa Claudelice Silva dos Santos, irmã de José Claudio. Segundo a Polícia Civil, ela afirmou que sua família foi vítima de tocaia por duas vezes.
O diretor das delegacias do interior, Silvio Maués Batista, informou que os corpos de dois outros agricultores – Adão Ribeiro da Silva e Nildo Ferreira -, mortos no mês de abril na zona rural de Pacajá, foram resgatados da mata. As mortes foram comunicadas às autoridades paraenses pelo governo federal no dia 13 de maio. Eles foram mortos por terem supostamente denunciado plantadores de maconha no assentamento Rio Bandeira.