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Itaipu servirá como projeto-piloto para o desenvolvimento de tecnologias de defesa cibernética das estruturas estratégicas do país. As soluções serão criadas no Laboratório de Segurança Eletrônica, de Comunicações e Cibernética (LaSEC²), inaugurado na última terça-feira, 03, no Parque Tecnológico Itaipu (PTI), por meio de um acordo de cooperação entre Itaipu, o Exército Brasileiro e a Fundação PTI.
“Trabalharemos como um case para fazer a proteção da Itaipu e, ao mesmo tempo, buscaremos soluções nacionais [de defesa cibernética]”, disse o general de divisão Paulo Sergio Melo de Carvalho, chefe do Centro de Defesa Cibernética (CDCiber) do Exército, ao qual o LaSEC² está ligado.
“Não queremos comprar sistemas prontos, mas desenvolvermos novas soluções”, disse Carvalho, durante cerimônia de inauguração do laboratório.
A solenidade ocorreu no Edíficio das Águas, no PTI, onde fica o LaSEC². Além de Carvalho, o evento também teve a presença do diretor-geral brasileiro da Itaipu, Jorge Miguel Samek; do diretor-superintendente da Fundação PTI, Juan Carlos Sotuyo; do chefe da Assessoria de Informações da Itaipu, coronel Carlos Roberto Sucha, responsável por trazer o laboratório para Foz do Iguaçu e interlocutor entre Exército, Itaipu e Fundação PTI; e o coronel Francisco Ronald Rocha Fernandes, chefe adjunto da Assessoria de Informações da Itaipu.
Com o LaSEC², Foz será um dos polos de segurança cibernética do Brasil. O laboratório é um braço local do CDCiber, cujas atribuições estão a segurança cibernética do país em grandes eventos, como Copa do Mundo e a Olimpíada de 2016. “Se ninguém ouviu falar de nós [durante a Copa], é porque nosso trabalho funcionou”, brincou o general.
“Daqui ainda sai quase 20% da energia do Brasil, que depende de nosso trabalho. Se nós não tomarmos as precauções nas nossas estruturas estratégicas, os danos podem ser muito grandes”, afirmou Samek.
Em rede
O LaSEC² é um dos nove projetos da Rede Nacional de Segurança da Informação e Criptografia (Renasic), gerenciada pelo CDCiber. Sua função é interligar as Forças Armadas à academia e às empresas públicas e privadas.
A Renasic pretende colocar o Brasil entre os países mais competentes em termos de segurança digital e criptografia. A ideia é aperfeiçoar a defesa cibernética para evitar, por exemplo, o acesso indevido a informações sigilosas.
A rede comporta outros oito projetos que vão da busca de protocolos criptografados à defesa de ataques e desenvolvimento de programas de detecção de intrusão, além de simuladores de defesa, entre outros.
Os projetos são desenvolvidos em parceria com diversas instituições, como o Instituto Tecnológico de Aeronáutica, a Universidade Federal de Minas Gerais e a Universidade de Brasília. Em cada um deles, há um viés de pesquisa. Na capital do país, o laboratório virtual “Proto” coordena as pesquisas para o desenvolvimento e implantação de protocolos criptográficos seguros.
Em Foz do Iguaçu, o eixo será a proteção de Itaipu como uma das estruturas estratégicas – aquelas que, em caso de colapso, causariam algum problema ao Brasil. Além de Itaipu, comportam essa lista as plataformas petrolíferas, o sistema bancário e financeiro (bolsas de valores), as linhas de transmissão de energia, entre outras. “Depois, esse conhecimento poderá ser replicado em outras instalações”, disse o major Luciano de Oliveira, do CDCiber.
“Neste momento estamos plantando uma semente que vai frutificar não só na região de Foz do Iguaçu. O que vamos produzir aqui será útil para outras estruturas estratégicas”, disse Sucha.
Como funcionará
O Laboratório de Segurança Eletrônica, de Comunicações e Cibernética fica no Edifício das Águas, no PTI. “Será uma atuação colaborativa, com uma conexão com todas outras iniciativas do parque”, disse o diretor-presidente da Fundação PTI, Juan Carlos Sotuyo.
A ideia é conciliar o trabalho do LaSEC² com os demais laboratórios do PTI, como o Centro de Estudos Avançados em Segurança de Barragens (Ceasb), o Centro Latino-americano de Tecnologias Abertas (Celtab), o Laboratório de Automação e Simulação de Sistemas Elétricos (Lasse) e o Programa de Inovação em Tecnologia da Informação e Comunicação (Inovatic).
Atualmente, estes órgãos comportam mais de 70 pesquisadores. Outros poderão ser contratados pelo sistema de bolsas. (AI Itaipu Binacional)