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Forças Armadas encerram participação em operações de GLO no ES

Roberto Cordeiro

A Operação Capixaba termina com a volta à normalidade da segurança pública no Espírito Santo. A avaliação foi feita pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, durante visita ao 38º Batalhão de Infantaria, em Vila Velha, na grande Vitória, após um mês da presença das Forças Armadas no estado. Jungmann esteve na região para o balanço das atividades das tropas federais, que atuaram em Garantia da Lei e da Ordem (GLO), em função do motim de policiais militares.

“Tive compromisso hoje no Rio. Mas, nada era tão importante como estar aqui hoje com os senhores. Nada ocupava  tanto o meu pensamento. Nada me afastaria desse compromisso. Saibam vocês que quando aqui estive, há aproximadamente um mês, no trajeto do aeroporto para o Palácio Anchieta, deparei com uma cidade imersa em medo. Uma cidade deserta. Escolas fechadas. Meios de transporte nas garagens e as pessoas em suas casas com medo”, afirmou o ministro em discurso para parte das tropas que atuaram no Espírito Santo.

Em seguida, o ministro explicou o compromisso do presidente Michel Temer em permitir que as Forças Armadas permanecessem no Espírito Santo, até que a segurança e a tranquilidade fossem retomadas. “Hoje, na véspera de encerrar essa missão, com o dever cumprido, sei que os senhores encontraram, aqui, muito trabalho, mas levarão o agradecimento da população que reconheceu o esforço de toda tropa. Por isso o meu orgulho e agradecimento”, afirmou.

Balanço capixaba

A operação começou no dia 6 de fevereiro. Após contato do governador em exercício, Cesar Colnago, com o presidente Temer, ficou decidido o emprego das Forças Armadas. Naquela data os policiais militares se aquartelavam em motim e o fim de semana na grande Vitória tornou-se um dos mais violentos. No domingo, antes da chegada dos militares, foram registrados 41 homicídios, contra uma média de dois a três mortes nos dias anteriores.

A partir da presença militar nas ruas, este índice de criminalidade começou a ser reduzido. Ocorreram picos de 15 a 20 assassinatos, mas nas últimas semanas voltou a números mais reduzidos. Para o ministro Jungmann, esta redução do número de homicídios constituiu um parâmetro para mostrar que o cenário no estado melhorou de forma significativa.

Sob o comando do general Adilson Katibe, militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica realizaram 490 pontos de bloqueio e 1.585 patrulhas. No decorrer de um mês, as forças militares promoveram 38 operações,  que resultaram em 11.645 abordagens de pessoas e culminaram em 108 prisões.

“Aos poucos, a confiança foi sendo retomada. Os ônibus voltaram a circular, as repartições públicas retomaram suas atividades, o mesmo acontecendo com o comércio”, afirmou Jungmann.

Desafio da gestão

Com quase 10 meses à frente do Ministério da Defesa, Jungmann reconheceu que a situação no Espírito Santo foi o maior desafio de sua gestão. Um dos fatores, segundo ele, era que o país estava observando os desdobramentos do motim da Polícia Militar e poderia contaminar outras corporações, como por exemplo, a PM do Rio de Janeiro.

“O país inteiro estava a olhar o que aqui acontecia. Perderam a aposta aqueles que pensavam em dobrar os joelhos do governo. O governo manteve-se firme”, afirmou.

Jungmann explicou que as forças federais atuaram de modo articulado e tornou-se fundamental para os resultados da operação. Ele destacou também a articulação do governador Paulo Hartung e “a confiança e o apoio do povo capixaba foram fundamentais para que pudéssemos vir aqui comemorar este final feliz”.

A participação da FAB em operações de GLO no Espírito Santo¹

Após 30 dias de atuação dos militares das Forças Armadas no Espírito Santo, terminou, na quarta-feira (08/03), a Operação Capixaba, realizada desde o último dia 6 de fevereiro em apoio às atividades de segurança pública. Mais de 100 militares da Força Aérea Brasileira (FAB) foram incorporados à tropa. Além disso, a FAB disponibilizou 70 toneladas de estrutura de apoio e empregou oito aeronaves para o transporte de militares e materiais ao Estado. No total 3.450 militares do Exército, Marinha, Aeronáutica e da Força Nacional atuaram em ações de patrulhamento em resposta às demandas de segurança pública.

O intuito da missão foi ajudar a estabilizar o Estado do Espírito Santo, que vivia uma onda de violência decorrente da greve da Polícia Militar desde o início do ano.

O Pelotão da Companhia de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) da Força Tarefa Conjunta Capixaba teve a função de realizar patrulhamento ostensivo, pontos de bloqueios e controle de vias principais em pontos instáveis da região metropolitana, visando a restabelecer o equilíbrio da ordem pública na cidade durante esse período.

Para quem participou da operação, a missão foi uma oportunidade real de aplicar tudo o que se aprende nos treinamentos. "O desempenho do nosso pessoal foi excepcional. Isso é o reflexo do treinamento realizado em nosso batalhão ao longo dos anos, refletindo a moral, disciplina e profissionalismo da nossa equipe", afirmou o Comandante do 13º Grupo de Segurança e Defesa, Major de Infantaria da FAB Fernando Vítor da Silva Neves.

Sob o comando do General Adilson Katibe, militares da Marinha, do Exército e da Aeronáutica realizaram 490 pontos de bloqueio e 1.585 patrulhas. No decorrer de um mês, as forças militares promoveram 38 operações, que resultaram em 11.645 abordagens de pessoas e culminaram em 108 prisões.

Em coletiva de imprensa, o ministro da Defesa, Raul Jungmann, afirmou que a Operação Capixaba foi encerrada com a volta à normalidade da segurança pública no Espírito Santo. "Aos poucos a confiança foi sendo retomada. Os ônibus voltaram a circular, as repartições públicas retomaram suas atividades, o mesmo acontecendo com o comércio”, destacou.

¹Agência Força Aérea, por Ten Cynthia Fernandes

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