Ten Cristiane dos Santos
A Escola Superior de Guerra (ESG) ampliou o seu leque de capacitação. Trata-se do Curso de Altos Estudos em Defesa (CAED), que é voltado para o servidor público da alta administração federal e Oficiais da Marinha do Brasil, Exército Brasileiro e Força Aérea Brasileira (FAB).
A pós-graduação (lato sensu) é a primeira do gênero a ser ministrada em Brasília (DF). A nova especialização guarda similaridades com o tradicional Curso de Altos Estudos em Política e Estratégia (CAEPE), ministrado pela ESG no Rio de Janeiro (RJ).
Entretanto, o de Brasília não exigirá dedicação exclusiva, ou seja, as aulas ocorrerão paralelamente às atividades funcionais, sem que o estagiário se desligue da sua organização. A formação tem carga-horária de 524 horas, com início previsto no final de março.
O quadro disciplinar está dividido em oito assuntos voltados para macroanálise da conjuntura e dos cenários nacional e internacional. Também abordará o desempenho de funções de chefia ou de assessoramento direto na alta gerência executiva.
A grade contemplará matérias sobre gestão e formulação de políticas e estratégias, em especial nas áreas de defesa, segurança e desenvolvimento nacional. O Comandante da Escola Superior de Guerra, General de Exército Décio Luís Schons, lembra que a ESG é um Instituto de Altos Estudos de Política, Estratégia e Defesa, integrante da estrutura do Ministério da Defesa, e a aplicação do curso em Brasília atende a uma demanda antiga.
“É uma decisão estratégica do Ministério da Defesa e do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas, que reconhecem a importância da formação conjunta entre os oficiais e representantes dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário”, afirma.
Segundo o Oficial-General, atualmente, os órgãos da administração pública, em sua maioria, estão concentrados em Brasília. “Fica difícil deslocar servidores de alto escalão lotados em Brasília para cursar, durante um ano, o CAEPE, no Rio de Janeiro.
Mesmo sendo um investimento futuro para a instituição, essa ausência momentânea estava inviabilizando a formação de novas turmas. Assim, a maneira que encontramos para conciliar o trabalho com os altos estudos foi criar o CAED”, explica.
A princípio, o curso será ministrado no anexo do Ministério da Defesa. Entretanto, já existe um projeto aprovado para construção de uma nova estrutura. “Ainda que as instalações sejam provisórias, a formação será realizada com alta qualidade de ensino”, garante o General Schons.
Para o ano de 2018, todas as 60 vagas foram preenchidas e a concorrência chegou a cinco candidatos por vaga. A seleção ocorreu por meio de análise curricular, dentre outros critérios, a partir dos profissionais indicados pelas próprias instituições.
Sobre as expectativas com o novo curso, o General Schons afirma que o trabalho em conjunto proporcionará conhecimento mútuo entre as Forças Armadas e as instituições civis. “É bastante enriquecedor o convívio e o entendimento.
O propósito original é este, proporcionar a prática do conhecimento sobre as demais Forças. Quando colocamos representantes dos três poderes, enriquecemos ainda mais o processo”, conclui.
Fotos Sgt Bruno Batista