Mariana Alvarenga
Profissionais de saúde das Forças Armadas estiveram, nessa quarta-feira (10), na Aldeia Umariaçu II, em Tabatinga, Amazonas, para prestar apoio à comunidade indígena. Esse foi o segundo dia de atividades da Missão Alto Solimões, que ocorre de 7 a 14 de dezembro, em cinco aldeias do município amazônico. Durante uma das visitas domiciliares, o Tenente Médico Rodrigo Rezende e o técnico em Enfermagem, Sargento Igor Machado, ambos da Força Aérea, identificaram uma indígena com grave lesão na planta do pé.
Após uma avaliação primária, os profissionais de saúde suspeitaram que o ferimento poderia se tratar de neoplasia, um tipo de câncer de pele. Diante da gravidade do problema, eles fizeram um curativo no local, que precisava de higienização, e entraram em contato com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) para que a paciente fosse encaminhada para um atendimento com um médico da região.
"Fiquei surpreso de chegar na Amazônia e encontrar um caso como esse de câncer de pele, aparentemente em estágio avançado. Fiquei muito feliz em poder ter feito algo por essa pessoa", contou o Tenente Médico Rezende.
Enquanto uma equipe volante visitava pacientes que apresentavam dificuldades para ir ao posto, outro grupo de profissionais atendia nos consultórios. A Capitão Médica Rossana Meneghel, pediatra da Força Aérea, deu assistência as crianças junto com a técnica em enfermagem, Tenente Caroline Régis. Para a médica, tem sido gratificante trabalhar com as comunidades indígenas.
"Temos certeza que fizemos a diferença na vida deles. Tem alguns casos que há muito tempo precisavam de um especialista", ressaltou. A indígena Rafaela Fortes levou seus dois filhos, de quatro e seis anos, para serem atendidos pela Capitão Meneghel. "Foi muito boa a consulta com a médica", disse ela.
Sobre a dificuldade da comunidade em ir ao posto para a consulta, o coordenador da Sesai, Weydson Gossel, disse que pessoas levaram cerca de duas horas para chegar. "Esse atendimento é muito importante para eles, porque vai além da atenção primária" comentou.
Apoio a comunidades indígenas
As missões de apoio a comunidades indígenas ocorrem no contexto da Operação Covid-19 de enfrentamento aos efeitos do novo coronavírus. A ação evita a necessidade de deslocamento dos indígenas às cidades em busca de assistência médica.
Operação Covid-19
O Ministério da Defesa ativou, em 20 de março, o Centro de Operações Conjuntas, para atuar na coordenação e no planejamento do emprego das Forças Armadas no combate ao novo coronavírus. Nesse contexto, foram ativados dez Comandos Conjuntos, que cobrem todo o território nacional, além do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE), de funcionamento permanente. A iniciativa integra o esforço do governo federal no enfrentamento à pandemia.
As demandas recebidas pelo Ministério da Defesa, de apoio a órgãos estaduais, municipais e outros, são analisadas e direcionadas aos Comandos Conjuntos para avaliarem a possibilidade de atendimento. De acordo com a complexidade da solicitação, tais demandas podem ser encaminhadas ao Gabinete de Crise, que determina a melhor forma de atendimento.