Search
Close this search box.

Coup d`FHC – A Politização dos Quartéis Já se Reflete no Alto-Comando do Exército

Nota DefesaNet

Iniciamos duas séries especiais:

1 – Coup d´Presse – contendo publicações da imprensa contra as Forças Armadas, sempre com intuito de desinforma e desestabilizar,

E iniciamos e a segunda:

2 – Coup d´FHC com as ações conduzidas pelo ex-presidente com o objetivo de desestabilizar o Brasil e o Governo Constituído e as Forças Armadas.

O Editor

Ana Clara Costa

Época 15 Junho 2020

 

 

O general Hamilton Mourão, vice-presidente da República, disse à jornalista Andreia Sadi que as Forças Armadas não estão “metidas na política”. Mas algumas atitudes percebidas no Alto-Comando do Exército têm sido vistas como reflexo da crescente politização dos assuntos da caserna. A mais recente delas é a escolha do general que será promovido à elite do Exército, ou seja, que ganhará a quarta estrela, na próxima reunião do Alto Comando, de 22 a 26 de junho.

 

Com a saída do general Arthur Moura para a reserva, há uma vaga disponível e 45 generais de divisão, com três estrelas, que podem ascender. Contudo, três candidaturas são considerados mais fortes em razão dos cargos que ocupam hoje: o general Henrique Nolasco, vice-chefe do Estado-Maior do Exército; o general Sergio Negrais, comandante militar do Planalto; e o general William Abrahão, comandante da Primeira Divisão do Exército, no Rio de Janeiro.

 

A reunião é discreta, remetendo a uma espécie de conclave, em que cada postulante é indicado por um dos 16 generais de Exército que já integram o Alto-Comando. Quem tiver mais votos, entra. Trata-se de uma escolha interna política. Leva-se em conta a trajetória do militar, seus méritos de deméritos, e seu bom trânsito com os pares que já integram o grupo de elite.

 

Ocorre que, de forma inédita, um general do Alto-Comando tem ligado para os seus pares pedindo votos em um dos postulantes, o general Abrahão, o que tem causado desconforto no grupo, que percebe um avanço de sinal em relação às práticas da caserna. Pela primeira vez, uma investida direta de um general em nome de um postulante foi percebida nos meses que antecederam a reunião.

 

Como praxe, trata-se de uma escolha pessoal de cada general — e discussões ou tentativas de convencimento são vistas com desagrado. Esse general do Alto-Comando, que já serviu pessoalmente o governo de Fernando Henrique Cardoso, hoje é visto como simpático ao presidente Jair Bolsonaro. ÉPOCA confirmou a informação com pares do general, mas optou por não revelar seu nome em razão de as fontes consultadas pela reportagem terem concordado em falar somente em condição de anonimato.

 

Indiretamente, o presidente Bolsonaro tem influenciado os rumos do Alto-Comando. No ano passado, uma vaga extra foi aberta porque o general de Exército Luis Ramos, então comandante militar do Sudeste, se licenciaria do cargo para assumir um ministério no governo.

 

Entre os postulantes mais fortes para assumir uma das duas vagas estava o general Otávio do Rêgo Barros, que fora nomeado porta-voz da presidência da República. Como havia uma intenção dos militares de criar uma linha divisória clara entre Exército e governo, a promoção de Rêgo Barros perdeu força e ele foi mandado para a reserva.

 

Ramos teria ainda pelo menos um ano e meio de serviço antes de entrar para a reserva. Mas, diante das constantes tensões entre os generais do Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF) — incluindo rumores de que Bolsonaro substituiria o comandante-geral do Exército, Edson Pujol, pelo próprio Ramos —, o hoje ministro decidiu antecipar sua saída da ativa, num intento de acalmar os ânimos.

 

Pujol, general tríplice coroado, é visto por algumas alas mais alinhadas ao bolsonarismo como divergente das ideias do presidente, o que incomoda Bolsonaro, sobretudo num momento em que ele se escora em uma suposta chancela das Forças Armadas para avançar contra as instituições.

Compartilhar:

Leia também

Inscreva-se na nossa newsletter