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Comandante do Comando Sul dos EUA reitera necessidade de inovações e cooperação no combate a ameaças

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Shannon Collins
 

O combate às ameaças transregionais e transnacionais requer a criação de redes mais fortes do que aquelas que mantêm essas ameaças ativas. Foi o que o comandante do Comando Sul dos EUA (SOUTHCOM, por sua sigla em inglês) disse aos membros das Câmaras Americanas de Comércio da América Latina e do Caribe, em um almoço realizado no dia 9 de fevereiro em Miami, na Flórida.

“O fluxo global de drogas, armas, pessoas e produtos ilícitos é a manifestação visível de grupos e organizações poderosas que trabalham em rede”, afirmou o Almirante-de-Esquadra Kurt W. Tidd. “Vocês provavelmente os conhecem como cartéis, gangues, traficantes, organizações criminosas, agentes não-estatais violentos, narcoterroristas e similares.”

Redes de ameaça

Essas redes exploram a natureza interconectada dos sistemas financeiro, tecnológico e de transporte americano, completou o Alte Esq Tidd.

“Algumas redes traficam pessoas desesperadas, de todas as partes do mundo, para os nossos países, aonde pretendem ir em busca de trabalho ou refúgio de conflitos… enquanto outras se especializam em transportar indivíduos de reputação questionável, intenções duvidosas e possíveis vínculos com o terrorismo pela região, com destino aos EUA”, acrescentou.

O Alte Esq Tidd comentou também que algumas dessas redes são empresas integradas mundialmente, comparáveis às companhias que fazem parte da lista da Fortune 500 e com alcance global. Outras atuam em atividades como tráfico de cocaína e de pessoas, além de extorsões. O Alte Esq Tidd disse ainda ao grupo que outras fazem o contrabando de precursores químicos para o México para a fabricação de heroína e fentanil e algumas geram enormes lucros com a mineração ilegal de ouro na Guiana, Peru e Colômbia.

Combate às redes

O governo dos EUA precisa encontrar novas maneiras de trabalhar em conjunto com as nações parceiras, aliados, organizações não-governamentais, meios acadêmicos e setor privado “para criar redes mais fortes do que aquelas que ameaçam a prosperidade e a segurança do nosso hemisfério”, declarou o Alte Esq Tidd.

“A segurança e a prosperidade econômica andam de mãos dadas”, acrescentou. “Precisamos integrar melhor nosso desenvolvimento econômico sem deixar de lado a segurança e a estabilidade. Precisamos aumentar a cooperação regional e compartilhar mais informações. Precisamos coordenar com mais eficácia o trabalho entre agências, departamentos e ministérios, sociedade civil e setor público.”

O Alte Esq Tidd também afirmou que, para permanecer à frente das ameaças transregionais e transnacionais, as agências precisam criar novas tecnologias que não só as tornem mais inteligentes, mas que também sejam melhores do que as dessas redes “não tão amistosas. E essa não é uma tarefa fácil”, afirmou. “Estamos falando de grupos que constantemente encontram novas maneiras de transportar seus produtos ilícitos e conduzir suas operações ilegais. Como um especialista observou recentemente, a única lei que essas pessoas não violam é a lei da oferta e da procura.”

Inovação

O SOUTHCOM precisará de novas parcerias regionais e inovação para combater essas redes de ameaça, comentou o Alte Esq Tidd.

“Essas redes são bastante criativas. Elas tentam de tudo. Estão construindo submarinos de milhões de dólares nas selvas da Colômbia e do Equador. Estão modernizando drogas antigas e inventando novas drogas sintéticas, como metanfetamina e êxtase. Temos que encontrar uma maneira de inovar mais do que essas redes, que representam um adversário extremamente inovador.”

O Alte Esq Tidd sugeriu que uma forma de fazer isso é aproveitar as revoluções que estão ocorrendo no âmbito comercial e na aprendizagem automática, para transformar a maneira como o SOUTHCOM e seus parceiros usam nanossatélites e outras ferramentas, fazendo, assim, uma divulgação fundamental sobre as operações dessas redes criminosas.

Ferramentas de visualização os ajudariam a entender melhor como esses grupos interagem e como os fundos ilícitos se movimentam por meio do sistema financeiro global, explicou. Ele acrescentou que o SOUTHCOM e suas nações parceiras também precisam desenvolver uma análise de dados avançada das informações disponíveis publicamente para entender quem é atraído para esses grupos e como tais grupos operam no domínio cibernético.

“Esses tipos de parcerias de inovações não servem apenas para nós – são bons tanto para empresas dos EUA como para as latino-americanas. Essas inovações oferecem uma plataforma para o engajamento na região, estimulam o crescimento econômico e criam empregos para todos os países envolvidos”, finalizou.

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